Deslocar-se ao longo de uma avenida, ou parque, ou mesmo em casa, exige um processo de monitoramento que a mente realiza alimentada pelas células da visão. Este monitoramento ocorre sempre que deslocamos nosso corpo através do espaço, uma vez que a visão é o principal perceptor de obstáculos utilizado pela mente. Ou seja, pode-se afirmar que ao se deslocar o ser humano raciocina sobre como deve se deslocar baseado nas informações da visão.
Se nós simulássemos uma condição onde o ser humano tivesse que raciocinar sobre como se deve deslocar no espaço com uma quantidade menor de informação da visão ou até mesmo sem nenhuma, o controle mental para o deslocamento baseado no raciocínio espacial necessitaria desenvolver outra ou outras fontes de informação para poder realizar o raciocínio de deslocamento espacial. De certa forma seria necessário aferir as mesmas equações de deslocamento a partir de outras variáveis. Desta maneira o deslocamento seria menos raciocinado e mais intuído, uma vez que a mente não teria condição de adquirir informações suficientes a partir da visão para raciocinar sobre o deslocamento espacial.
Criar-se-ia, assim, a partir de um deslocamento espacial intuído uma maneira de despertar sensibilidades mentais outrora adormecidas.
É importante ressaltar que exercícios desta natureza devem ser praticados em locais seguros e de forma progressiva, para evitar a perda de referência pela mente. Ou seja, a obstrução da visão em exercícios de deslocamento espacial deve ocorrer inicialmente com um leve piscar de olhos, e gradativamente evoluir para piscar de olhos mais duradouros até o completo fechamento óptico e deve ser executado em parques, ou locais sem risco ou perigo para o praticante.
Com o desenvolver prático dos exercícios podem ser executados movimentos de frente, de costas, laterais, saltando, práticas de cambalhotas frontais e de costas, práticas de estrelas, rolamentos, giros, etc... todos com o mesmo objetivo de estimular a intuição mental durante o processo de deslocamento espacial.
Exercícios de deslocamento em piscina também apresentam resultados interessantes, uma vez que ao nadarmos dispomos nossos corpos em uma posição horizontal o que apresenta uma variável a mais para o dispertar da intuição mental. O exercício em piscina pode ser realizado também na vertical e através de técnicas de mergulho intuído na busca de um objeto.
O exercício de busca espacial de um objeto é bastante desafiador. Dispomos um objeto a uma distância X do nosso corpo observada pela visão e em seguida tapamos a visão e tentamos localizar através de nossa intuição espacial o local do objeto. Neste tipo de técnica não se deve pensar. Deve-se procurar apenas intuir e a velocidade no trajeto em direção ao objeto deve ser ligeiramente rápida. Quando se executa esta técnica na piscina, pode-se realizá-la a partir de fora da piscina ou mesmo de dentro.
Outro exercício bastante interessante chama-se: “O Correr dos Ventos”. Trata-se de uma técnica onde se procura deslocar de um lado para o outro no espaço, guiado pela direção do vento. Ou seja, deixar-se guiar pelo vento. Esta prática é uma das mais interessantes, uma vez que é o que deveríamos fazer na vida... assim, como o rio é guiado para o mar, deveríamos nos deixar guiar pelo Universo. Este exercício é muito bom para ser praticado num campo aberto ou numa praia.
Muitas destas técnicas são desenvolvidas e praticadas por mestres de artes marciais. Outras técnicas, para ativação da intuição no deslocamento espacial, podem ser elaboradas e desenvolvidas com maior ou menor êxito, mas sem dúvida alguma todas tem sua margem de colaboração para o despertar da intuição mental.