Usina de Letras
Usina de Letras
158 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50618)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140802)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O MENINO DAS SANDÁLIAS DOURADAS -- 05/07/2002 - 10:56 (LUIZ CARLOS LOCATELLI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MENINO DAS SANDÁLIAS DOURADAS.
Cordel de: Luiz Carlos Locatelli

Numa cidade pequena, dessas simples muito pobre.
Porém de gente nobre, este fato aconteceu.
Um menino de cor morena, vivia pelas ruas a pedir,
Só queria ir e vir, como todos, como eu.

Mas os outros meninos de rua, não gostavam de Zé Moreno,
Por ele mesmo sendo muito pequeno, ser bondoso como era.
Pois pedia pra comer, mas com outros repartia.
Fosse noite, fosse dia, sua bondade não se encerra.

Os outros então lhe batia, muito triste ele ficava.
Pois seu coração só amava, seu interesse era ajudar.
Zé moreno foi se cansando, da vida que levava.
Pedia por todos, ajudava, mas só sabia lhe judiar.

Decidiu então ir embora, procurar outro canto pra ficar.
Sua casa era só o luar, não tinha nada a perder.
Família, nunca conhecera, só se lembra da vida na rua.
De comer comida crua, e sofre, sofrer, sofrer.

Tinha um sonho, como muitos, ter uma família para amar.
Ter irmãos para brincar, ter os pais pra lhe proteger.
Ter uma cama pra dormir, ter uma casa pra morar.
Ter uma escola pra estudar, ter boa comida pra comer.

Mas eram apenas sonhos, que vivia a sonhar.
Então, outro canto foi procurar, em outro canto foi viver.
Um dia, na beira de um rio, estava José a Pescar.
Foi ali então, pra buscar, uns peixinhos pra comer.

Apareceu em sua frente, um velhinho bem barbudo.
Olhou-o meio carrancudo, e num estalo perguntou.
Porque estás só, nesse lugar? Neste pedaço esquecido do mundo?
Como um qualquer, um moribundo, que a vida abandonou.

O menino contou-lhe a história, o que faz o que fazia.
Era assim o seu dia a dia, tinha apenas esperanças em mudar.
Aquele estranho velhinho, deu-lhe um par de sandálias.
Surrados pelas batalhas, de tanto em terra pisar.


Zé moreno ficou encabulado, com aquele presente inesperado.
Era um par de sandálias douradas, muito grande, não lhe servia.
Mas o velhinho ainda disse, use-as com muito amor,
Ela será a ponte que lhe dará o valor, que merece todo dia.

Disse isso e foi-se embora, numa velha canoa furada.
Ficou Zé com a Sandália Dourada, muito grande pro seu tamanho.
Mas como sempre, obediente, começou então a usá-la.
Só que elas não paravam, tudo era muito estranho.

Foi um dia pra cidade, buscar remédio pra beber.
As outras crianças ao lhe ver, começaram as gozações.
Lá vai o pretinho tonto, usando essa sandália esquisita.
Você quer um laço de fita? Pra ajudar nas petições?

Zé Moreno saiu triste, e em uma praça se isolou.
Foi até um banco, se sentou, olhou pro céu e começou a orar.
Pedia pra que seus amiguinhos, não fizessem mais aquilo.
Não fazia seu estilo, não queria, jamais brigar.

Apareceu então um casal, que lhe observou sem parar.
Se aproximou do lugar, e foi logo perguntando.
Você não tem família? José disse que não.
Sua casa era o coração, moradia que estavam derrubando.

Ofereceram sua casa, pra José morar, então.
Deram um sorriso ao coração, e um esteio pra não cair.
Zé moreno ficou feliz, porque eu se perguntava.
Há tantos que perambulavam, não entendia, o que sentir.

Chegando na nova casa, um grande susto ele levou.
Foi quando o seu novo pai lhe falou, as sandálias fez a diferença.
Zé moreno não entendia, foi pra sala descansar.
Sentou-se e pôs-se a olhar, como qualquer criança.

Viu na parede uma pintura, daquele velhinho barbudo.
Perdeu a fala, ficou mudo, para a mãe lhe perguntou.
Quem é esse velhinho bondoso? Ele é o avozinho seu.
Que a muito tempo morreu, e para o céu se mudou.

Ele tinha um par de sandálias, igualzinhas essas suas.
Gostava de andar pelas ruas, presenteando as crianças com uma flor.
O que agora é seu pai, ao lhe ver com elas calçadas.
Lembrou-se com saudades, que ele queria mesmo era ser vovô.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui