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Contos-->Conto Sufi - adaptação -- 20/09/2001 - 01:31 (Evely Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Agora posso ser tudo que não fui, num tempo que não era para ser".


O Vento

Há um conto Sufi sobre um vento chamado Al-Merid.
Ele passou a infância brincando num deserto, a juntar grãos de areia (pequenas questiúnculas que estão sempre mudando de lugar conforme sopra o vento).
Quando Al-Merid ouviu uma voz interna dizendo: - Muda enquanto é tempo!! - ele afastou-se do deserto e foi morar sobre o mar, movendo ondas internas (renovando sentimentos e guardando mágoas que se tornam gigantes e acabam nos afogando).
Com o passar do tempo Al-Merid se cansou disso e foi para a montanha.
Fascinado com a beleza cor de rubi da lava incandescente, soprava-a constantemente, mas com isso espalhava cinza e labaredas, detritos e destruição.
Estava neste incansável trabalho quando viu uma ventoinha leve e graciosa e seguiu-a, apaixonado, pelos morros e florestas e rios.
Mas a voz interna falou novamente:
___ Al-Merid, será mesmo o teu destino? Gerar ventos e colher tempestades? Furações do teu próprio sentimento? Por que não procura instruir-te primeiro? Se o amor for verdadeiro, noutra curva do tempo o encontrarás certamente.
Ao afastar-se, deu de costas com o Himalaia, onde conheceu um velho sábio parecidíssimo com ele mesmo.. Lá ficou. Seu trabalho era só refrescar e varrer o templo.
Durante muitos e muitos anos varreu pátios internos, abriu suas próprias janelas para o sol, soprou as teias de aranha para longe do seu palácio. E era só abrir e fechar, limpar e refrescar...
Al-Merid envelheceu e finalmente compreendeu.
Instruir-se e "crescer" leva tempo e, às vezes, uma só vida não dá para alcançar a verdadeira sabedoria do Ser!... E analisou seus passos: enquanto era uma criança espiritual, vivera num deserto, aprendendo com suas ações inconseqüentes; na juventude, despertara as ondas de emoção desencontradas no seu mar interior; depois, conhecera o calor do amor, para então renunciar e buscar a sabedoria.
Foi só aí, então, que sentenciou para si mesmo:

"O impossível me acordou. Não podendo, eu quis mais. E vi que quanto menos eu tivesse mais seria possível ter. Agora, assim, eu posso ser tudo que não fui num tempo que não era para ser" .

Adaptação de Evely Garcia




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