Usina de Letras
Usina de Letras
142 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62231 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22537)

Discursos (3239)

Ensaios - (10367)

Erótico (13570)

Frases (50629)

Humor (20031)

Infantil (5434)

Infanto Juvenil (4768)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140805)

Redação (3306)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6190)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (79) -- 05/04/2013 - 21:20 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (79)


Em filme recente de diretor não necessariamente citável, vê-se um protagonista chamar o outro de "a terceira pior pessoa do mundo". Chama-se "Glorious morning", manhã gloriosa, literalmente.
Um famoso àncora, John Pomeroy (Harrison Ford) e uma mulher de cujo nome não me lembro nem me causa um mínimo entusiasmo; ela poderá ocupar a segunda posição sem sequer aparecer na tela.
A pior primeira pessoa é um não menos execrável dirigente maior, filho de anterior todo-poderoso já morto. Os nomes, mencionáveis, poderiam ser escritos com sangue norte-coreano.
O líder supremo da Coréia do Norte é Kim Jong-un, jovem, adiposo, ardiloso e cruel. Pois que filho de peixe...
Seu primeiro-ministro é uma figura do tipo "Inhó sim", a imitar salamaleques quase semelhantes às figuras do nosso recente passado coronelista, excetuando-se a farda cáqui.
E não se engane a leitora: aquela cara de lua cheia amarela, oculta um ódio levemente mortal pelos Estados Unidos.
O Estado coreano, militarista, centralizador e atrasado socialmente, mantém um arsenal maior do que muitas republiquetas
latino-americanas juntas. Míssil por lá tem status de videogame.
O PIB, só pra tornar publicável, beira os 40 bilhões de dólares americanos por maior ironia que haja, posto que o Won, a moeda local, ainda não alcançou o Ibope internacional esperado.
Poderia, fosse o caso, discorrer mais sobre essa produção cinematográfica americana, mas ainda que fosse uma obra-prima, não me comoveria tanto. Mencionei-a pelo camarada em questão.
O que me chama atenção e provavelmente a algum analista mais acurado é a desfaçatez como esse político totalitarista grita a plenos pulmões "morte aos ianques", sob os aplausos intensos do gabinete.
Minha atenção poderia voltar-se para algo mais prazeroso, um espetáculo teatral, uma ópera de Verdi ou o último CD de Norah Jones com sua voz pequenina e doce.
Incrível que até um espetáculo de MPV (música para vomitar) seria menos indigesto do que falar aqui agora das façanhas mirabolantes e bélicas do Sr. Jong-un.
Cutucar tigre com vara curta é sua principal especialização, pois tem levado o próprio secretário geral da ONU, Ban Ki-moon a pedir para ele reduzir as tensões ante a ameaça de uma guerra que se torna iminente, ao menos na mente estreita do líder coreano.
Recentemente em Madri, o representante dessa Organização mostrou-se bastante apreensivo ao apelar por uma maior tolerància
junto ao norte-coreano e a seus generais. Uma grande guerra começa assim.
A impressão que causa naqueles que estão de fora é de que parece somente uma arengazinha internacional entre litigantes inexperientes. Mas mísseis não têm sentimento e dinheiro não tem pátria. É bom que se advirta a vizinha Coréia do Sul, a não trocar os pés pelas mãos. Mestre Jong-un pratica todo esse maldoso ensaio, porque sabe incitar dois coelhos com uma só intenção: seu vizinho progressista do sul e os próprios Estados Unidos da América.
Essa refrega é antiga e reporta-se aos anos cinquenta quando Tio Sam, enxerido como sói, tomou as dores do sul em detrimento do norte.
Dizem as boas e ternas línguas que a Copa da Coréia foi uma homenagem dos aliados americanos para comemorar, através do soccer, o futebol, a amizade existente entre as duas nações.
E como reverberante, a paz entre os continentes, fazendo de conta que o inimigo Jong-un nem se dava conta. Doce inocência.
Por menor entendimento que possua um povo, este haverá sempre que se indagar sobre o que um Estado pode fazer pelo seu bem-estar seja a curto ou a médio prazos.
Tal questionamento independe do regime de governo. Pode ser de direita, esquerda, centro ou o que seja.
Mas os ocidentais letrados já se cansaram de reconhecer que o nítido quadro demonstrado pelo governo norte-coreano é seu suposto poderio militar. E sua forma estridente e açodada de provocação.
A economia coreana é um fracasso e isso o jovem e malicioso Jong-un já deu a entender inclusive a um articulista do New York Times.
O jornalista Rudiger Frank escreveu um longo artigo em 2012 e ele próprio se sentiu equivocado com declarações feitas pelo dirigente comunista.
É como se alguém inexperiente demais assumisse uma posição de comando para cuja competência limita-se apenas a jogar um sofrível pingue-pongue. As reformas estruturais da Coréia do Norte são um verdadeiro segredo de Estado, isto porque a cúpula do partido não sabe ao certo como e por onde começar.
Mas o programa nuclear vai de vento em popa. A fome e a miséria rondam os lares e a renda per capita é a menor do oriente.
Não poderia haver um quadro que expusesse mais friamente a situação norte-coreana como o próprio país apresenta ao mundo.
Diante disso tudo, não fica muito difícil aceitar os motivos que levaram o roteirista do filme "Glorious morning" a colocar Kim Jong-un como primeiro protagonista da maldade humana.
No frigir dos ovos, estrelados ou não, prevalece a certeza de que, diante de tamanha personalidade sociopata, Fernandinho beira-mar, um assassino perverso e frio é apenas um homem de extrema bondade franciscana, sobremaneira incompreendido.

______________________________________________________________________

WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE
05.04.2013
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui