Sempre tive um fascinio por objetos, tralhas ou outros adornos que as esposas ou ex entregam para os seus maridos ou, ex, mas sempre tem algo de especial nisso tudo, e Isso Tudo estraga a esposa ou a ex, ou "Isso Tudo" estraga a idéia do "Isso Tudo"...
Bem... leiam e me digam o que pensam, por favor...
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Seu Geral, um homem já muito idoso, casado, com seus filhos já moços, e o mesmo de seus netos e bisnetos... como muitos outros homens, já tivera outras mulheres, “as minhas ex.” dizia com orgulho.
Tivera, por sua vez, umas três ou quatro esposas, que também muitos velhas, solteiras. Em todas havia um ponto em comum, nenhuma jamais esquecera-se do Seu Geral, e ainda em seu aniversário, natal, e às vezes, no dia dos namorados... sempre roupas, como gravatas, meias, cuecas, enfim...
Seu Geral recebia tudo, para agradá-las, mas sua esposa, enraivecida, dava-lhe alguns discos, de bossa nova, jazz, e outros tipos, e sempre dos velhos compositores, “que o bom Deus os tenha” dizia Seu Geral quando se referia à eles.
Os anos foram se passando... os presentes acumulando e as velhas e idênticas perguntas ressurgindo:
- Gostou do meu presente ? – perguntavam as esposas, ao telefone, em uma carta ou na porta de sua casa.
- Adorei ! – mentia com um sorriso no rosto, falando, escrevendo ou aparentando com toda a ternura que conseguia segurar.
E elas desligavam, iam-se ou acabava com uma assinatura...
Ele, para satisfazer a vontade das outras esposas, apesar de nunca ter traído, ou desrespeitado sua atual mulher, não deixava de ser um mal-agradecido, tão logo, porém às vezes usava as roupas...
Mas sua mulher, como já disse, não ficava na apenas na beirada da água, mas jogava-se por completa na água, dando-lhe presentes que gostava, não importando os preços comprava-os, sempre os discos dos velhos compositores, “aquele que já morreu” sempre dizia ao entrar em uma loja de boa música, que o marido falava tanto.
Com o passar dos anos, e os presentes, agradecimentos falsos, e mais presentes, mas com bons agradecimentos, Seu Geral que já estava a completar muito mais de cem anos, ainda, mesmo que ninguém acreditasse em sua real idade, sempre mostrando carteiras comprovando quando dizia sua idade, pois aparentava ser mais novo que seus próprios filhos. Sua esposa e “as minhas ex.”, como dizia, estavam a prepara, cada um a sua um bom presente, mas por azar do destino, as suas antigas esposas, por falta de memória erraram drasticamente sua data de aniversário, mesmo a sua esposa já errara por alguns dias...
Bem, sua esposa entrara em uma das famosas lojas de discos, e pedira alguns discos... mas respondia ao vê-los:
- Não... esse eu já dei de Natal – ou, falava – de aniversário – ou então, dizia – de Dia dos Namorados...
E assim foi passando por todas as lojas que conhecia, e até nas que nunca havia ouvido ou ido, e vistos todos os discos de cada uma delas... no final não conseguira nada...
Sem nenhum disco resolveu então procurar outro presente mais apropriado para a idade de seu marido... viu então, passando, vagarosamente mas era o mais rápido que podia, por uma imensa loja de roupas...
Entrara e ao mesmo tempo fascinara-se por tudo da pequena loja... olhava a todos os cantos a tudo que movia-se, passou a admirar um luxuoso cachecol... comprou...
Três dias antes de seu aniversário, chegou o seu presente de aniversário !
Abriu rapidamente, mas quando pressentiu que era uma roupa, parou totalmente, passou a abrir com o tempo, a cada minuto rasgava novamente o embrulho do tal presente... com o passar do tempo, finalmente abriu o embrulho e vira que era um belo cachecol, guardou e foi dormir...
Sua esposa foi deitar-se junto à ele, notara que não gostara do presente de aniversário, mas suas pernas mau obedeciam às suas ordens, mas antes escreveu um bilhete que falava que o presente era seu...
No dia seguinte, ao meio da tarde Seu Geral encontrou o bilhete... leu minuciosamente e depois disse com um tom bem alto:
- Mais um ex. ...
E se separou... |
