Sua Indiferença, nossa diferença!
Me vesti de paixão
E você nem notou os galanteios e regalos,
muito menos, os sonhos que invadiam o meu peito.
Enterrou minha esperança, abusou da minha amizade
E partiu.
Me vesti de ternura
E você nem notou o lado lúdico
implícito em meus poemas e justas homenagens.
Esnobou os meus sentimentos, abusou
dos meus préstimos e fugiu.
Me vesti de homem
E você nem notou o meu desejo animal
Ignorou o meu corpo
Castigou meus ouvidos,
abusou dos meus gemidos e sorriu
Me vesti com uma resistente armadura
E você, que nunca notou minha doçura
A loucura com que sempre te quis,
o pretenso amante-poeta, desta vez, fugiu...
Vestiu sua carapuça, despiu a indiferença e a ofereceu
em regalo, somente porque em Ode,
aprendeu a cantar o ódio que nunca sentiu.
Me travesti de mulher,
E você, que nunca notou o homem que fui,
odiará o homem que não sou.
E, talvez, se lembrará daquele tolo homem
que um dia, alopradamente, te amou...
Amaso Nib Nedal - 19/04/2002
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