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Cronicas-->BRUACAS -- 27/04/2013 - 10:32 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

   

   Imagem das bruacas(mala de cangaceiro): cavaloweb.com.br

A viúva arrumou as malas de couro cru, pôs em cada bruaca um pouco de goma, farinha e carne seca.   Vendeu tudo que tinha: porco, galo, pavão, peru e galinhas; cavalos, ovinos e todo o rebanho de gado vacum.  Vendeu também por pouco dinheiro a coleção de livros que Cláudio tinha e a fazenda que cobria grande parte do chão banhado pelos rios Juramento e Saracura. Escondeu na matula o dinheiro apurado  e tomou o trem na estação de Montes Claros com destino ao Rio de Janeiro.  Na cidade grande, nem cogitou Copacabana ou Ipanema. Preferiu sonhar verde e morar na Tijuca, que lhe remonta lembranças  de Campo Grande. Saudosas lembranças também ela tinha do coco que Zé cantava a Mirabela e de todas as coisas belas de Minas. Minas tem poeta, boa cachaça e artistas famosos nascidos naquele chão.Tem Carlos Drummond, João Guimarães e Santos, o  pai da aviação. Foi em Minas que Cláudio Manuel conquistou Corina, a glória que a Vitória da Conquista na Bahia, não lhe ofereceu. Ela nunca esqueceu a cena de morte quando Cláudio perdeu a vida e a vaca, numa encenação de campeio, para entregar o animal da aposta. Ninguém acreditou na versão que o baiano morreu no breu da noite, acidentado em um toco. Aquilo foi rixa com confrontantes! Sumia galinha da fazenda e as frutas desapareciam da chácara de Cláudio. Também o leite sumia. A vaca que dormia de úbero cheio,  acordava vazia.

Vaqueiro Zenofre contava à peonada e a filha do vaqueiro assuntava atrás da porta: “Morte besta teve seu “Claude”. Tudo por conta de uma aposta com o primo Joaquim. “Claude” casou Mimosa, a vaca que mais leite dava na fazenda, a troco de um rufião chamado boto-cor-de-rosa que nunca gerou uma cria. Claude dizia que Durão Preto não ganhava. E quando Preto ganhou a eleição  de Juramento, para honrar o nome, quis Claude entregar Mimosa e montou Xerém, burro brabo, amansado sem amansar. Asneira! Dizem que morreu estrepado num toco. Aquilo foigolpede peixeira...

No velório de Cláudio,   a viúva mandou servir chá com biscoito e dias depois, surgiu o zunzunzum que o homem  era santo, porque doentes obtiveram cura  de resfriado, bronquite e reumatismo, depressão e muitos males respiratórios depois de tomar chá-de-defunto.

 

 

NA

Extraído do livro Sete Faces em Traças Congeladas.

Adalberto Antônio de Lima.

 

Esta Obra está Registrada em nome do autor Adalberto Antônio de Lima sob o número 135897704703377000, o Certificado Digital de Direito Autoral atesta este registro http://www.textoregistrado.com.br/exibetexto.php?cod=135897704703377000&cat=textoreg

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