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Cartas-->37000 pés, o vôo final. -- 04/10/2006 - 00:27 (Claudio Ap. Borges) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
37000 pés o vôo final

SUPOSIÇÕES : Todo relato desta escrita são apenas suposições elaboradas por mim, não há entrevistas, não há relatos, não há pesquisas técnicas efetuadas, toda suposição aqui escrita faz parte apenas de uma “mera escrita” de desabafo pois sinto pena de todos que ali estavam e mais ainda dos entes queridos que os esperavam.
Não culpo ninguém pelo acidente e creio que as razões ainda serão apuradas e esclarecidas pelos órgãos competentes.

No Legacy :
Um vôo calmo aplaca os passageiros e tripulantes em uma viagem de testes na novíssima aeronave adquirida, os proprietários brindam a aquisição juntamente com os dois convidados.
Um dos proprietários decide então que se deve testar a aeronave quanto a sua manobrabilidade e alcance de altitude e é alertado pelo co-piloto quanto ao monitoramento terrestre, tem então como resposta o enorme espaço aéreo “supostamente vazio” em local de pouco tráfego aéreo; decidem então desligar o radar e o rádio e efetuar as manobras sem serem monitorados, invadem então o espaço aéreo do Boeing 737-800 em uma manobra á direita com ampla inclinação quando devem ter percebido uma onda de impacto e a ligeira sombra do Boeing, foi o impacto, a aeronave deve ter pendido á esquerda e desviado levemente de seu rumo até ser novamente controlada.
Suponho que tenham visto o Boeing por apenas um breve instante, insuficiente para tomar qualquer atitude, porém acredito que o viram posteriormente por uma das escotilhas e creio ainda que após terem retomado o controle fizeram um giro de 360º para tentar visualizar o que atingiram e ai então provavelmente viram o Boeing 737-800 sem controle e em parafuso.
O mais experiente dos pilotos deve ter assumido o controle reduzindo a velocidade e a altitude ao mínimo possível para evitar que o atrito das asas com o ar despedaçasse as partes atingidas.
Suponho que estavam certos de que haviam cometido um erro fatal e que decidiram então omitir algumas informações afim de minimizar a situação em benefício próprio.

No Boeing 737-800:
Na cabine:
O piloto é avisado pelo equipamento e percebe que está em rota de colisão direta, tem poucos instantes, sabe que a aeronave é de pouca manobrabilidade para tão curto espaço de tempo mas mesmo assim tenta, provavelmente para a direita e para cima simultaneamente em um desvio de emergência, sente uma pequena vibração como onda de choque, no instante acredita que foi apenas a turbulência, ai percebe que perdeu “totalmente” o controle da aeronave, os comandos não respondem... provavelmente ficaram sem pressão e comando hidráulicos, a aeronave começou a perder velocidade e girar suavemente, uma forte vibração deve ter sido sentida na turbina esquerda e a aeronave provavelmente começou a vibrar, partes da fuselagem estavam sendo desprendidas e foram parar nas turbinas que provocaram maiores vibrações.
O comandante sentiu que a aeronave poderia se despedaçar no ar e mesmo assim tentou controlar a situação, alertou o problema aos passageiros e tentou manter os tripulantes calmos. ... tudo isso em questão de segundos!!!

A Tripulação: “em questão de segundos”
Houve então a despressurização da aeronave seguida de fortes turbulências de ventos e saculejos, os passageiros entraram em pânico, partes do acabamento interno próximo a cabine se desprendiam e iam de encontro aos passageiros, os tripulantes entraram com as instruções de emergência, mais e mais pedaços se desprendiam da fuselagem e agora a vibração era intensa. Um forte rangido indicava que a estrutura da aeronave estava sendo partida logo após a asa, o barulho era agora ensurdecedor... Os tripulantes pediram que todos mantivessem a calma, que fossem todos para o fundo da aeronave... Houve então a ruptura total da calda logo após a asa e a aeronave estava então dividida em dois pedaços viajando sem controle algum e em queda livre a aproximadamente 130 m/s...

Obs: Sabendo-se que 37000 pés = 37000 x 0,33 mts, estavam então á cerca de 12.210 mts de altitude e levariam cerca de 93 segundos para tocar o solo desconsiderando a resistência aerodinâmica, o que faria este tempo ser aumentado em até o dobro.

Os passageiros:
Na parte traseira:
Estavam agora apenas dentro de um “tubo”, presos pelo cinto de segurança em suas poltronas, viram algumas poltronas com passageiros caírem da parte dianteira onde houve a ruptura da aeronave, começou então a queda livre provavelmente em giro e balanço “efeito pena”, em um instante viam o céu em outro a terra se aproximando rapidamente, o pânico era total, a pulsação média dos passageiros deve ter ficado em torno de 190 BPS, alguns se soltavam dos cintos para proteger parentes e acabavam caindo fora do que restou da aeronave, os que possuíam problemas cardíacos e respiratórios apagaram... Já os mais controlados tiveram a chance de rezar, esbravejar, xingar e até mesmo pedir desculpas ...
Seriam os mais longos 93 segundos de suas vidas, cerca de um minuto e meio até o impacto final vendo a terra vir de encontro a eles.
Alguém diz em voz alta... “ vai acabar tudo bem, não se preocupe” ... “meu Deus, eu não quero morrer”...
Para quem já desmaiou, nesse instante toda sua vida passa diante de seus olhos, os parentes, as festas, as boas sensações que tiveram em toda sua existência e assim tocam o solo sem sentir qualquer dor.
Para que está lúcido, os gritos, urros, suspiros e barulhos são emanados o tempo todo por alguns, outros ficam quietos e se apegam na fé, já as crianças acabam não entendendo o que está acontecendo por estarem concentradas nos gritos e barulhos diversos.
Para alguns “os mais técnicos” vem a idéia de sair dali e tentar “voar” e provavelmente alguns o fizeram, já para outros ficar ali dentro é a única tentativa de se salvar e para os mais audaciosos, confortar alguém que está ao lado é a única maneira de se salvar...
... e foi assim até que o encontro com o solo provocou um enorme silêncio simultâneo ...
Acredito que alguns morreram de susto antes da colisão e acredito também que não houve gemidos e sussurros após a colisão, lamentavelmente a queda foi fatal para todos!


Na parte dianteira:
Praticamente todos olham para traz atraídos pelo barulho ensurdecedor do vento, da vibração e das estruturas e chapas rangendo, vêem então poltronas com passageiros caindo, e a outra parte da aeronave ficando para trás, os efeitos sobre as pessoas são semelhantes porém estes passageiros crêem que o piloto dará um jeito de pousar e por instantes se sentem mais seguros que os da parte traseira ... “isso se passa na cabeça de alguns”
Completamente sem controle e desequilibrada, a aeronave gira em parafuso, aponta para cima, fica de ponta-cabeça, e inicia sua queda assim, completamente de ponta-cabeça, em parafuso e com velocidade reduzida devido a área das asas, tripulantes e passageiros em pânico e assim permanecem por aproximados 200 segundos até o impacto final ...
Neste breve instante de tempo piloto e co-piloto refletem sobre o que está ocorrendo e são os únicos que na verdade sabem que todos irão morrer! A dor para eles provavelmente é muito maior do que para cada uma das vitimas que virão pois são os responsáveis por cada um dos passageiros!

Minha opinião:
Acredito que acidentes acontecem, acredito mais ainda que eles podem ser evitados, sei que falhas sucessivas podem acontecer e causar um dano ou uma tragédia... Mas sei também que devemos ponderar diante acusações precipitadas e aguardar o resultado dos laudos técnicos que estão por vir.
Sei que a dor dos familiares é intensa e que nada nesta vida poderá reparar tal perda, seja dinheiro ou a simples apuração da responsabilidade e a estes eu deixo meu mais profundo pesar.
Acredito também que a empresa, sócios e colaboradores, todos se sentem responsáveis, se angustiam diante incapacidade de se fazer algo de imediato; Aprecio a atitude da GOL em todos os pontos, principalmente no tocante a ajuda aos parentes e amigos das vítimas. É evidente que quem perdeu um ente querido venha a reclamar disso ou daquilo, da demora..., de não terem servido um cafezinho..., de estarem despreparados... , etc, etc, etc, ... Também é evidente que para a empresa GOL anunciar que não houve sobreviventes é preciso ter certeza... e em meio uma selva sem acesso, onde os destroços estão espalhados por todos os lados e distantes uns dos outros, seria necessário ou encontrar um sobrevivente ou contar os 155 corpos algo que até o momento não foi possível de ser realizado...
Quanto a EMBRAER, provou ter uma ótima e resistente aeronave capaz de sair ilesa de um choque como este.

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS, em caso de publicação, figuração, total e/ou parcial, reverter qualquer benefício em prol dos familiares das vítimas.

Claudio Borges
Santo André, 02 de outubro de 2006 - 00:15 hs.
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