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cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (85) -- 17/05/2013 - 09:04 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (85)

Desde algum tempo convencionou-se usar o termo inteligência em quase todas as situações indistintamente. Constitui um equívoco agir-se assim. Observo o fenómeno pontualmente e, a meu juízo, creio que as pessoas exageram um pouco. Os cientistas do comportamento elaboraram faz muitos anos, um teste específico para mensurar o grau de inteligência de uma pessoa. A esse teste denominou-se IQ ou Inteligence Quotient ou quociente intelectual. A chacota brasileira houve por bem apelidá-lo de QI, ou quem indicou, numa referência àqueles que conseguem ingressar numa empresa ou entidade, de forma apadrinhada. Mais claramente: entrar pela janela.
Os dicionários, genericamente, definem inteligência como capacidade de apreender ou compreender, ou ainda, faculdade de resolver problemas. Nos dias correntes com a amplitude científica e sua grande abrangência interdisciplinar, já se cogita acatar nova denominação: inteligência emocional. Há inclusive uma obra de um psicólogo americano, intitulada "Inteligência emocional". (Foi muito utilizada nas áreas de recursos humanos, que por si sós, houve por se denominar gestão de pessoas). São dois volumes e, salvo engano, refere-se ao conteúdo de uma monografia de doutoramento do autor Daniel Coleman. Infelizmente, após adquiri-los, resolvi emprestar a um colega que necessitava elaborar um trabalho e. por me sentir mais generoso do que inteligente, não os recebi de volta.
A propósito dessa teoria, existem grupos de profissionais que fazem questão de insistir na existência de uma inteligência emocional, embora não se trate necessariamente de gente ligada à área da neurociência. Esta também é de recente indumentária científica e em geral é exercida por médicos que escolheram a neurologia como especialização. Independentemente de alguém resolver a contento o "último teorema de Fermat"* e que apresente um raciocínio lógico aceitável, cada um é inteligente, dentro de seus limites. E com orgulho pode-se ver uma mãe deslumbrada dizer alto e bom som às amigas: "Esse menino é muito inteligente". E isso tudo porque o garoto é apenas meio "amostrado".
Queiramos ou não, se alguém não apresenta num teste neurológico, sintomas de demência ou algo equivalente, diz-se que se o possa classificar de animal inteligente. Daí que, a priori, não existiria ninguém idiota integralmente, vez que há pessoas com bem menos habilidades para jogar xadrez do que outras. Ainda que aquelas não detentoras de determinada rapidez e prontidão decisória não pudessem ser chamadas necessariamente de não inteligentes a ponto de se tornarem campeãs num certame de cuspe à distància. Para os adeptos dessa corrente, todos somos, uns mais outros menos, dotados de um bom grau de inteligência, de modo que não se possam envergonhar a quem quer que seja. A seleção natural, todavia, dotou os seres humanos na medida certa e na quantidade de neurónios suficiente, capazes de enfrentar uma discussão sobre dado assunto ou tocar um instrumento com destreza e virtuosidade. A inteligência, como a cebola, reveste-se de muitas camadas. Daí algumas correntes científicas, classificarem-na como: espacial, verbal e cognitiva.
Em alguns casos e por absoluta instància probabilística, nasce-se com um tipo de inteligência superior, haja vista sua condição genética, graças à seleção natural. Observe-se que nem sempre isso se deve a um ancestral mais próximo, portanto atribuído à hereditariedade. É prudente não confundir aqui com a propalada esperteza de certos políticos ou pregadores, religiosos ou não, que, no mais das vezes, apropriam-se de sofismas especiais para confundir/iludir pessoas incautas. E não se assuste o probo leitor se souber a partir de hoje, ter possuído Adolf Hitler inteligência superior e haver praticado o expediente citado. Um tipo de juízo que para a maioria está mais inclinado para o mal do que para a benemerência, mas de indiscutível habilidade no resolver problemas a seu modo. A neuropsiquiatria de todos os tempos classifica de inteligência perversa.
Num mundo onde o que se vê ao redor é a predominància da IA, inteligência artificial, cabe ao ser humano de hoje, descobrir se não será passado para trás amanhã. Os autores de ficção científica já previram em passado recente, que o homem, como o cachorro, tentará engolir o próprio rabo, numa analogia de que o feitiço cairá por cima do feiticeiro. Seria uma espécie de autofagia? E para quebrar um pouco a suposta seriedade do assunto, permita-me contar a história de uma empresa de publicidade que ficou famosa em Recife, nos anos setenta.
Chamava-se QI 240. Em seu comando estavam quatro bravos e criativos rapazes que mantinham à época, a conta gorducha e promissora da COMPESA, a entidade pública de tratamento e fornecimento d´água à população pernambucana.
Como eram todos eles meus amigos, perguntei a um deles o que teria originado o nome da firma, tão criativo e diferenciado. O mais velho deles, um emérito professor de Marketing, me respondeu: "Ora, é que multiplicando os quatro pelo QI de cada um, se obtém exatamente 240".
Humoristicamente ou não, está aí também efusivamente explicado o que significa no contexto, uma boa mostra do que seja inteligência.
______________________________________________________________________
*Pierre de Fermat, (1601-1665), matemático francês contemporàneo de Blaise Pascal e inventor dos famosos número e teorema de Fermat.


WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE
29.04.2013
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