Usina de Letras
Usina de Letras
174 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62180 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50582)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6183)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (88) -- 23/05/2013 - 08:39 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (88)

Se alguém me perguntar qual a relação entre uma ave morta e um voo internacional atrasado, não sei dizer. No entanto, estou certo de que ambas as circunstàncias ocorreram num curto espaço de tempo. E falarei primeiramente sobre o segundo item. Desde o primeiro de maio desfrutei da presença de minha filha, Roberta, que desembarcou de manhã, dentro do horário. Era o dia do trabalho e sem muito esforço fui correndo buscá-la exultante e ansioso. Um longo interregno ocorre entre o último desembarque e esse agora. Afinal, ela reside relativamente distante de Pindorama, numa cidade onde abundam muçulmanos machos e fêmeas.

Aliás, segundo ela mesma, a cidade de Boston, na costa leste dos Estados Unidos, está hoje coalhada de islamitas. Advirto, porém, que as bombas terroristas foram confeccionadas por homens, coincidentemente adoradores de Alá. A jovem e dinàmica Mrs. Belmonte detém agora dupla cidadania, pois casada com um ítalo-americano, meu xará; grande praça e "adorador" de Harley-Davidson, aquelas motocas desde 1903, vistas aceleradas num velho filme intitulado "Easy rider" ou "Perdidos na noite", numa tradução mais poética.
A família toda a esperava saudosa, nesses quase quatorze anos que reside radicada na América de tio Sam. De fato, ela frequenta mais o Brasil, do que nós os EEUU. Excetuando-se sua mãe, dedicada mulher que não se poupa de assistir os filhos, mormente se se encontram um pouquinho mais distante de seus cuidados. Mr. Belmonte já nos visitou certa vez, numa dessas suas viagens. Da primeira vez que o conheci, passei a gostar dele, inclusive pela sua discrição e pouco falar. Ele fala baixinho e entende pouquíssimo de brasileirês, embora esteja diuturnamente praticando com a mulher, que, se não sabem, se tornou poliglota.

Casaram-se fora dos esteites, em Cancun, no caribe mexicano, onde, segundo Roberta, os preparativos de uma boda saem mais em conta do que na Nova Inglaterra, o nordeste americano. O que mais admiro no casal é a forma serena como se comportam conjugalmente. Não quero dizer com isso que não divirjam alhures. Em minhas conversas com Walter, observei que ele delega a ela, sua agenda. Tanto que, me respondeu convictamente: Ask to the boss, traduzindo literalmente, pergunte à patroa. Com o dorso decorado de tatuagens, ele tem um corpo meio atlético, olho verde e cara de ator italiano, portando espáduas um tanto avantajadas.
Meu apreço pelo genro reside num único fato: a atenção devotada à Roberta, durante sua doença até seu total restabelecimento. A toda a família Belmonte, coube e cabe exercer esse papel, pelo apreço e amor que devotam à minha filha, o que me lisonjeia grandemente. Curiosa e coincidentemente, em sua árvore genealógica, se encontra um ramo da dinastia Silva, pelo lado paterno. Por favor, peço encarecidamente que me perdoem a pouca modéstia. Num rápido retrospecto, você há de se lembrar de que o famoso e desditoso navio "Titanic" trazia a bordo muitos italianos, para fazer a América e alimentar seu sonho. Supostamente é o que deve ter acontecido com os Belmonte. Noutro navio, claro.
Estive com minha filha várias vezes e antes de ela visitar amigas suas em Fortaleza, na última quarta-feira 15 de maio, fomos almoçar numa Casa bastante respeitada na zona sul de Recife. "Chica Pitanga" é seu nome. Tudo leva a crer que Rori Hanspan - sua alcunha de autoria paterna - deva ter gostado muito. De minha parte, quem sabe por ser crónico portador de estenose financeira, gostei muito também, não fora terem cobrado um valor exacerbado num suco de cajá, que custa ao frequentador, o mesmo valor de dez polpas que adquiro em meu município. Como diria nosso amigo Bill Gates: " uma vez no ano... tudo bem!"
Na quinta-feira seguinte o Recife quase transforma as ruas em grandes lagos. O que deveria exigir um outro tipo de veículo, o anfíbio. Para não perder fólego com esse tema, advirto meu velho companheiro João Braga, secretário de mobilidade urbana, que comece a pensar no assunto.
Ontem, terça-feira 21 de outono, ainda sob o efeito da alegria serotonínica por rever e abraçar minha amada filha houve por bem, irreversivelmente, embarcá-la de volta. Dessa vez, a AA, pontual empresa americana que cruza os ares de minha casa antes das oito horas da manhã vindo de Miami, atrasou vergonhosamente. Claro que foi ótimo pra nós familiares privarmos um pouquinho mais de nossa querida Roberta Carvalho Belmonte. O voo 0220, só decolou às 11:35, quando a hora original seria 09:50.
Restaria agora falar sobre o primeiro item do texto: a morte de Joaninha. Pois é, caro leitor. Ela foi atacada pelo pesado e alvoroçado Nero Calígula, o labrador neurastênico que crio em casa. A par de que animais não sabem que não sabem, fiquei furioso e triste. Joaninha, maravilhosa poedeira em seu porte ancho e vagaroso, não resistiu aos ferimentos, incluindo um gravíssimo no pescoço e foi encontrada por mim, esta manhã, estendida rija no chão do seu poleiro, exatamente no horário das cinco da matina.
__________________________________________________________

WALTER DA SILVA
Camaragibe-PE
22.05.2013

visite: www.geleiageneral.blogspot.com
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui