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Poesias-->QUANDO O HÁBITO PASSAR... -- 03/11/2001 - 12:16 (Ari de souza) |
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Tenho hábito de ler poesias
Na cama,
Antes que o sono apague a luz.
Criei o hábito de ler enciclopédia
No pós-almoço,
Castigando minha miopia
Sem querer desmatei mata virgem
E achei um riacho.
Habituei-me a olhar uma casa
De madeira
Lá na cidade nobre
O ônibus fazia a curva em seguida
Eu me curvava todo
Buscando lá dentro
Uma alma que fosse.
Fiquei com hábito de amar sem dó
Amar desmerecidamente por completo
Libertei o poeta de dois séculos
E o poeta compôs este garoto
Enumerei os hábitos e
Depois descobri,
Que era de praxe habitual
Chorar com a chuva
Misturando todos sentimentos
Nesta divina lágrima do céu.
Os habituados a fazer sexo
No chuveiro,
Descobriram o hábito de esquecer
A toalha no varal
A vizinha fica vendo 69
Sem saber
Que já foram queimados
Sessenta e nove feijões na trempe.
O hábito chega a ser
Um caso,
Extra-conjugal da rotina
Quando saem de mãos dadas
A tarefa do dia
É deixar que um,
Voe nos braços do outro.
Quando é natal,
O hábito sofre traições contínuas
Juras e planos se fortalecem
Mas a luz da árvore
É uma energia limitada
Para que tudo seja esquecido
Ao guardar os enfeites
Na caixinha que só será aberta
No ano que vem.
E até lá
Se o hábito não passar
Fica para você
Uma outra agenda
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