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Poesias-->EFEMÉRIDES -- 10/04/2000 - 14:28 (sidney pires) |
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EFEMÉRIDES
Faleceu ontem de morte torrencialmente morrida
Sicrano dos Santos Tempes Tarde.
Nasceu sem tempo de deixar carro na garagem
Endereço na lista telefônica
O nome espalhado pelos muros da cidade
Cadastro no sistema financeiro
Ou títulos e propriedades
Deixou sim foi a chorosa viúva
Uma vida nada cor-de-rosa
E parentes e amigos de aventura
À espera da próxima chuva.
A melhor camisa que tinha,
A que ele mais usava, estampava ”10”
Pelas costas e um buraco na cintura
No burburinho formado, quem seria o culpado?
Alguns elegeram o escorregão
Do morro acima, barraco abaixo.;
Outros implicaram com a chuva
Que tem sempre o seu pingo de culpa.;
E os mais exaltados, estar todo o morro
Entalhado, em mina de pedra-sabão.
Só eu não quis arrolar palpites
Pois sei que há um horário nobre surgindo
E o bom, é brindar o mundo lindo
Por detrás dos muros e o fosso abissal
Onde fulge meu castelo de cetim.
Em que este caracol humaníndio
Senta a se drogar assistindo
O show da aldeia global (plim!plim!)
De onde eu possa saber do mundo,
Sem riscos, e testemunhar assepticamente
Barracos envenenados apostando corrida
Em meio à tempestade muito louca
Entre uma pipoquinha e outra
O wiskinho e gelinhos
Um piscar de olhos
E um abrir de boca
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