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Cronicas-->DOIS CAFÉS, POR FAVOR -- 22/07/2013 - 16:05 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DOIS CAFÉS, POR FAVOR

O final do almoço, sempre era brindado dessa forma. Independente do que havíamos comido, o café fazia parte do roteiro, era quase um ritual.
Quase nunca bebíamos no mesmo lugar. O shopping oferecia várias casas de café com suas mil formas e mil origens.
Cada vez mais, essas casas se espalhavam pela cidade. O charme era incontestável, o bom gosto, a delicadezas dos vasilhames dispostos nas prateleiras, os biscoitos amanteigados, os chocolates, pra quem gostasse, os charutos para os impertinentes que obrigavam todos a fumarem juntos, as cadeiras com seus estofados requintados, a máquina de café, especialmente polida, os bules de prata, as xícaras cuidadosamente ornadas com fios de ouro, enfim, era um luxo e um final de almoço pra ninguém botar defeito.
Ali era o local perfeito pra se desfrutar de uma boa companhia, ou de um jornal, ou um bom livro.
O que importava era o protagonista da cena, o café.
Quando eu não tinha companhia, e o dia estava daqueles, saia mesmo sozinha, sentava em uma das cadeiras e solicitava a atendente, uma xícara de café, as vezes puro, ou quase sempre com creme, daqueles que se traduz em uns quilinhos a mais na balança.
O fato é que de todas as lembranças do passado, uma das mais gostosas com certeza era daqueles finais de almoço, ou dos finais de tarde onde podia sorver calmamente, uma xícara de café, acompanhada de um folhetim ou fazendo algum rascunho pra me perder em memórias, ou escrevendo alguma coisa, um poema, um conto.
Hoje a realidade é bem outra. Não há mais bons cafés no entorno, não há mais boas companhias, não há o charme e o requinte, mas isso não poderia ficar assim.
Tratei de comprar uma boa máquina de café expresso, com direito a preparação de um capuccino de primeira, chás, chocolate quente.
Quando quero lembrar do passado, transporto-me para lá, através do gosto do café, preparado com o mesmo ritual.
O que importa mesmo, é o gosto que fica na boca, que me leva pra longe, que me faz recordar.

Valentina Fraga.

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