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Cronicas-->O BOLO -- 04/03/2000 - 17:00 (Popó Magalhães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Uma mente simplória cai bem em vacas e macacos. Mas em um animal que clama ser da mesma espécie de Shakespeare é simplesmente uma desgraça."
Aldous Huxley

Não sabemos, e talvez nunca será possível imaginarmos, o que na verdade somos, ou entre milhares de razões a que nos fez ser.
Como uma imensa massa para bolo, entretanto com ingredientes bastante diferenciados, com possibilidades e variáveis diversas que nos dão inimagináveis sabores e texturas, queremos ser degustados, experimentados de maneira delicada, solene, ardorosa; mas, para isso existem os eleitos - pessoas que privam de nossa atenção, de nossos mais recónditos sentimentos. Com uma ressalva: o nosso estado de humor.
Certa vez uma pessoa amiga, de forma bastante confidencial, disse-me:
- Não suporto ser preterida por uma pessoa que gosto. Mesmo até por brincadeira, fico chateada dias e dias. Quando se trata de pessoa com quem não tenho afinidades, não ligo, é irrelevante (...) acho até bom (...) um chato ou chata a menos.
Tomando por exemplo, a manifestação dessa amiga tem valor quase universal, pois excetuando os masoquistas, e pessoas que gostam de sofrer, por um motivo ou outro, mesmo não querendo, somos sedas.
Nossa visão humana, em última instància, prima pelo subjetivo, queiramos ou não. Melhor se primássemos sempre pela objetividade fria, matemática, materialista; mas se assim fosse, estaríamos negando a nossa própria condição humana que, além de outras coisas, é feita de imperfeições, incertezas, e decepções.
Pode até não ser regra geral - mas somos naturalmente impelidos a escolher as pessoas com as quais devotaremos nossas atenções; contrário sendo, passamos por um longo período de aprendizagem e adaptações com aquelas que não nutrimos simpatia, até nos rendermos, ou não, aos fatos. E, é bom enfatizar que quando "essas pessoas de segunda categoria", em seus estados probatórios, cometem algum deslize aos nossos olhos, vem logo à tona:
- Bem que eu não queria ser amigo dele...Bem que me avisaram, que bobo fui...Enfim, lamúrias são feitas.
Nós, os humanos, não somos sob nenhum aspecto seres perfeitos, tampouco de outro planeta, tendo poderes que facilitem os nossos atos. Devemos contar só e somente com as possibilidades de nós mesmos; consequentemente as palavras de ordem devem ser, se é que existe alguma ordem, altruísmo e coerência. O ser que age intimidando e o intimidado jamais poderão conviver, ou dividir o mesmo espaço, em plenitude; nunca poderão fazer parte do mesmo bolo, nem mesmo da sua frágil cobertura.
Enquanto procuramos novos sabores - suaves, leves ou afrodisíacos em outras pessoas, por que não degustar a nós mesmos, para assim obtermos, através do paladar da tolerància, o nosso verdadeiro sabor - doce, amargo, azedo. Dessa forma fazendo, experimentaríamos aquilo que para os outros é, às vezes, insuportável.
Cada um de nós, um bolo com sabor diferente; ou mais, para cada um que nos saboreie, deverá existir um paladar modificado, em cada dia, cada encontro, cada lugar. Para não haver indisposição digestiva, é necessário o controle dos ingredientes . Nada em excesso, forno brando e estómagos preparados
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