Há momentos em que as notícias que encontramos soariam melhor se fossem piadas como as que se contam em fim de churrascada e aniversário de sogra. É o caso da pérola do Banco Central, anunciando a retirada de circulação das moedas de R$ 1, numa demonstração de descaso com o erário nacional.
Segundo a informação divulgada pela Reuters Investor, na tarde do dia 27 de agosto de 2003. A moeda completaria no próximo ano dez anos de circulação, mas segundo o diretor de administração do BC, João Antônio Fleury, a moeda de aro dourada, lançada em 1998, é mais resistente e mais fácil de ser distinguida por pessoas com dificuldades visuais.
Até concordo que os deficientes visuais precisam ser respeitados, mas consideremos o fato que existem cerca de 211 milhões de moedas antigas de um real em circulação e 83 milhões da moeda de aro dourado, segundo o próprio Banco Central. Será que é necessário retirar as moedas de circulação mesmo, principalmente quando se fala em otimizar recursos e a economia está passando por momentos tão difíceis?
A moeda de um real de aço inoxidável lançada em julho de 1994, com o Plano Real, será retirada de circulação e substituída integralmente pela moeda de um real de aro dourado, ”de melhor qualidade e mais facilmente identificável pela população”, segundo o Banco Central.
Dentro de 90 dias, a moeda antiga não deverá ser mais aceita pelo comércio, mas poderá ser trocada pelo modelo mais novo nos bancos em um prazo de 6 meses e, nas agências do Banco do Brasil e postos de atendimento do Banco Central, por tempo indeterminado.
Para esclarecer a população sobre o processo da troca, o Banco Central lançará uma campanha de divulgação nos jornais, televisão e rádio a partir da próxima semana, o que implica em gastar mais dinheiro público.
Criticar um homem sério como o presidente Lula da Silva é chato, mas as competências e prioridades do governo atual são muito esquisitas. Tomara que o programa Fome Zero pelo menos venha alcançar os objetivos propostos e esperados por boa parte da população.
Trocar moeda em tempo de recessão é no mínimo curioso. Poderíamos trocar também uma porção de políticos, já que se desgastam com bobagens quando deles se espera um pouco mais de coerência com o destino de milhões de almas tupiniquins.