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Artigos-->Crônica - Só é Burro Quem Quer -- 30/03/2000 - 19:59 (Murilo Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CRÔNICA Por Murilo Ferreira



“Como Posso Ser Um Burro...Sem Incomodar”



(Sem Ofender Os Pobres e Trabalhadores Quadrúpedes)



Você é Burro?... Já fez esta pergunta a você mesmo?... Pois bem, leia este texto, e se não conseguir chegar em 30% dele, você é um BURRO REGULAR. Se chegar em 50%, e desistir, você é o famoso BURRO BOM, e se por acaso atingir a marca dos 100%, parabéns, você é um ótimo BURRONILDO. Agora, depois de o ler, mesmo assim, não mudar a sua atitude, aí, realmente, acaba de ganhar o Oscar de o melhor, o maior, e o mais famoso BURRO EXCEPCIONAL existente na face da Terra. Seu QI (Coeficiente de Insensatez), deve ser muito elevado.



Vamos Lá:



Sou um simples cidadão brasileiro e vivo única e Exclusivamente da Literatura. E esta escolha não foi feita por opção, e sim, por necessidade. Afinal, quem vai dar emprego para um “Jovem Rapaz de Quarenta e Tantos Anos?”. Porém, o bom disto, é que descobri que levo jeito pra Literatura. Portanto não me envergonho nem um pouco em vender meu livro, porta-porta.



Diálogo de Empresários Sobre os Quarentões:



— Ora, este cara já está todo carcomido — assim pensam os empregadores brasileiros.



— Ele que vá escrever um livro!... E pare de nos incomodar — concluem outros em gargalhadas.



— Que nada, mande ele pra minha agência que vou ganhar algum em cima dele, prometendo-lhe reciclagem e um bom emprego — fala sem pestanejar o gerente autônomo de RH.



Somos considerados obsoletos. (Isto vale para todos aqueles quarentões que estão na fila de emprego). Vai aí, um conselho gratuito. Não perca seu emprego após os quarenta. É triste!... Você passará também a ser um obsoleto... Agora!... Sinceramente?... Acho até bonito este termo... “Obsoleto.”



Veja você a incoerência... Escrevo um livro de 320 páginas, onde desfilam 42 personagens, e cada qual com sua fala, seu perfil psicológico definido e personalizado. Uma obra que tem toda uma estrutura de início, meio e fim. Gasto 3.240 horas do meu tempo, em 270 dias de árduo trabalho... Aí, por causa da idade, me acham um obsoleto?... Não consigo emprego nem de auxiliar de qualquer coisa. Estranho, não é mesmo?... Por que não passam então a aposentadoria para quarenta anos de idade?



Agora o pior de tudo isto é as chamadas Falsas Autoridades. Estas são um pouco mais cruéis; fingem que faz, mas não faz. Fingem que dão, mas não dão, e, quando podem, ainda tira-lhes o pouco que você tem. Se vocês soubessem o quanto se paga de imposto diário para manter toda esta corja, sentadinhos, com seus volumosos cérebros roçando em suas cadeiras de couro, naqueles requintados gabinetes, com ar-condicionado e tudo mais!?... Huumm... garanto-lhes, tomaria uma decisão drástica a respeito. (Lembrem-se, senhores quarentões desempregados, vem aí uma eleição e esta é uma arma valiosa. E nós somos uma poderosa fonte formadora de opinião).



Imagine Agora, Entre Eles, Uma Reunião Para Discutir Literatura:



— Que absurdo! Este cara quer que o ajudemos a promover seu livro? — fala gesticulando e irritado o (falso) adido cultural.



— Nããoo!... Não podemos correr tal risco. Afinal o livro e uma arma muito perigosa. Esse sujeito é um lunático, onde já se viu? Querer mudar o Brasil, justo agora, no aniversário de 500 anos do descobrimento!? — responde preocupado com os outros próximos 500 anos, o puxa-puxa. (Talvez um grande empreiteiro e/ou um grande empresário - sei lá).



— Concordo com o puxa-puxa. Não podemos fazer isto, não agora, afinal temos que trabalhar na CPI do Diz-Que-Diz-E-Não-Faz, senão, não sairemos no Jornal das Oito, e sim, ele com o seu maldito Livro — conclui o (outro falso) cara do legislativo.



Seria tudo isto cômico e engraçado se não fosse trágico, não é mesmo?... Talvez você esteja até rindo neste momento.



Mas faça agora seu exame de consciência e responda... De quem é a culpa?... Minha?... Sua?... Onde está o maldito culpado por todas estas descabidas situações em que vivemos?... Por que o BRASIL, que tem um PIB invejável, no entanto, goza assim de um alto índice de miserabilidade?... Por que o BRASIL é este circo de horror diário que se vê nos jornais, televisão e outros meios de comunicação?...



Lá diz constantemente; mortes, estupro, tráfico de drogas, tráfico de influências, nepotismo exacerbado, falsificação de medicamentos, superfaturamento... Falta-nos assistência na; saúde, transporte, educação, etc., e por aí vai... (E lembre-se, como disse acima. Falta-nos tudo isso, mas não pela ausência de dinheiro; afinal, cada pacote de arroz, cada pasta de dente etc., que você compra, está pagando antecipado por estes serviços).



Porém amigos, eu descobri onde está o erro, e pode até parecer estranho a todos vocês. O nosso único erro é não valorizar a cultura como ela deveria ser valorizada. É a única arma que temos, seja; literária, visual ou plástica. E o mais importante, ela não é partidária. E quando nas mãos de pessoas sérias, consegue milagres.



Outro Diálogo:



— Xiiii, lá vem este cara querer vender o seu livro — falou como conhecedor de causa o Burronildo.



— Não, ele está nos tentando passar que; a cultura irá fazer com que enxerguemos melhor o que tem a nossa volta, assim, poderemos discernir o certo do errado — respondeu-lhe calmamente o leitor Inteligente, e continuou:



— Ele está nos tentando passar que; somente a cultura põe o nosso cérebro para funcionar. Pois quando prazerosamente a gente a aprecia, (principalmente a literária), temos que forçosamente imaginar personagens, cenas e locais, que o autor da obra nos tenta retratar. Desta forma, estamos em constante sintonia com o mundo, seguidos de treinamentos que ativam constantemente nosso cérebro — concluiu.



— Mas o que tem isto a ver com a situação, com os políticos, os empresários, enfim, com tudo aquilo que ele descreve aqui? — quis saber, curioso, o Burronildo.



Respondendo-lhe, o outro disse:



— Quando se treina o cérebro, você fica perspicaz. Então começa a enxergar o mundo de outra maneira. De outro prisma. Não se deixa enganar. Não cai na onda do primeiro que aparece te oferecendo algo errado, isto porque, um sexto sentido desperta na gente como se fosse um termômetro, avisando-nos dos perigos... É companheiro, basta treinar o cérebro, e com a leitura, viu? Que a gente não embarca em qualquer canoa furada não. Seja ela de um político conhecido; um falso amigo, uma falsa campanha promocional e tudo mais — e foi em frente.



— Com a prática da leitura, de um bom livro, você, automaticamente, se vacina... É simplesmente por isto, que existe o interesse em não deixar que a cultura ocupe realmente seu lugar. Agindo assim, daqui a 500 outros anos, estaremos do mesmo jeito... Querem-nos sempre burros e eles os condutores.



Ainda, confuso, Burronildo perguntou:



— Ué, mas eu fui à escola e ainda mando meus filhos pra lá todos os dias?



— Ótimo, ainda bem que você fez e ainda faz isto, mas entenda uma coisa, nossas escolas não ensinam cultura, e nem é obrigação delas. Já basta o papel de pai/mãe que os sofridos professores têem que fazer... Sim, isto mesmo, não se espante. Tem muitos pais que acham que a escola é obrigada a ensinar até comportamento aos seus filhos!? — e prosseguiu:



— De lá, pode sair um grande gênio da matemática, um grande físico, um excelente historiador. Porém uma negação em cultura, e muitas vezes, até mesmo um psicopata estarrecedor. É só você ver o caso do garoto, estudante de medicina, que atirou no pessoal dentro de um cinema.



— To começando a entender onde você quer chegar... Mas continue.



— O cidadão que é criado com cultura e religiosidade, este terá sempre um perfeito procedimento, será sempre respeitoso, principalmente com seus pais e mestres. Mas veja bem, Burronildo, estou falando da literatura e não de masturbação literária, como estas revistas que têm por aí.



— Ééé!... Acho que você tem razão. De hoje em diante, começarei a ler pelo menos um livro por mês, e também, vou começar a ensinar meus filhos a terem o gosto pela literatura. Assim, no futuro, não serão burronildos como eu. E esta desculpa que não tenho tempo para ler é pura bobagem, posso fazer naqueles momentos que vou ao banheiro praticar minhas necessidades... Enquanto você falava, calculei a matemática que aprendi na escola, ou seja, 10 minutos por dia de banheiro, equivale a 300 minutos de leitura/mês... Olha!... Dá pra ler um bom livro... Mas tem um problema; livro é tão caro!!!



— Isto cai no que estamos conversando, não há o interesse que ele seja barato, assim você não o lê. Mas, por outro lado, cigarro também é caro; bebida alcoólica é cara, revistas de nu são caras, fitas de vídeo-games, que você loca para o seu filho também é cara, e, no entanto, se gasta com estas baboseiras todas. E chega, se você quer mudar, mude, se não quer, continue do jeito que está, um perfeito Burronildo — concluiu o leitor Inteligente, pondo um fim na conversa.



Prezado leitor, esta foi à forma brincalhona/séria que encontrei de propagar meu trabalho, visto que, realmente, escritores novatos, têm muitas dificuldades para divulgar um livro, principalmente por parte de alguns veículos de comunicação, órgãos públicos, editoras e também os canais de distribuição. Além do que, nós brasileiros, não adquirimos este hábito na infância. Mas lembrem-se, senhores pais, ainda está em tempo de mudar. Pelo menos tente com seus filhos, então, irão perceber como se recupera uma nação em pouco tempo. (No máximo em 20 anos).



E para encerrar, afirmo, o que aqui relatei é uma opinião unilateral e que mais se aproxima da minha verdade e do meu jeito de pensar.



Sobre Murilo Ferreira:



Sou mais um dos tantos, e sem espaço, escritor brasileiro. Minha obra intitulada “Tamuz-1951” poderá ser adquirida e/ou conhecer um pouco mais sobre ela em www.lilivros.com.br/tamuz e já se encontra à venda em algumas livrarias do Brasil. Contato com o autor: mferreira@fastec.com.br .



Sobre a Obra:



Drama, mistério, suspense e muita ação em 319 páginas de pura emoção. Obra lançada em abril/99, na IX Bienal do Rio de Janeiro e simultâneamente no Salão Internacional do livro de São Paulo, e registrada em Julho/99, pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, para o projeto “Escritor na Cidade”.



RELEASE:



A ficção de estréia do autor reúne elementos apocalípticos, abordando como eixo central a volta do Messias, só que desta feita no corpo de uma garota. Sendo o desfecho da narrativa, centralizado em 3 personagens principais: Um jovem e aguerrido Frei, locado no Vaticano. Uma linda e dedicada enfermeira que daria sua própria vida pela pequenina Maria Elisabeth. Além de um poderoso, inescrupuloso e arrogante advogado carioca.



Um romance forte, eletrizante, cheio de mistérios e suspense, que prenderá a atenção do leitor do princípio ao fim. Próprio para quem tem sensibilidade e nervos de aço.



RESENHA:



Nesta história, o autor relata, em forma de aventura e ficção, a volta de Jesus Cristo e envolve toda a trama num processo investigativo coordenado pelo Vaticano. Todavia, eles não contavam com o resultado dessas buscas, que os conduziriam a uma garota nascida no Rio de Janeiro em 1950, deduzindo ser ela o próprio Cristo.



Permeiam o romance momentos de fortes emoções, mistério e drama, abordando claramente a descabida ganância humana, tanto na política como na religião, mesmo que, para alcançar o sucesso, tenham que levar a um altar macabro de sacrifícios, uma recém-nascida.



Outro fato importante é a forma como Murilo Ferreira narra a história, permitindo ao leitor imaginar cada cena, cada fato e cada passagem, relatados na obra num diálogo simples e brilhante, que nos leva a uma viagem no tempo pelo Rio de Janeiro, dos anos 50, nos misteriosos corredores do Vaticano e também até o rio Salt, em Phoenix/Arizona.

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