Todo Teu
(Em resposta ao "Toda Tua" - de Mariza Lourenço)
Sinto famintos corpos gêmeos
nossas bocas expelindo desejos
solvendo lingüisticamente salivas e líquidos mais...
odores femininos e de sexo que exalam de ti.
As almas se indagam flutuantes
como se sente o caçador
que tal o aventureiro da paixão
será ferida pela baioneta?
ou atravessada pela flecha do amor?
Teu coração enganado e atravessado
chamuscado pelas chamas febris descansa
sem respostas somente orgasmos
vasculares orgasmos
te impede que veja
a beleza dos teus seios ora escalados
dois pico embandeirados
querentes de mais beijos
carentes de línguas
que sugam o nada
e te leva ao céu.
Em meu couro
rijo e suado
pêlos eretos
escorrem fluídos vaginais
sêmen se coagula
resquícios de paixão e loucura
desejos não mais
foram devidamente saciados.
Em teus olhos
espelho do meu
anseiam noites e açoites
sem medo de ser feliz
expiram sóis
sou todo teu
somos todos um
inexiste o tempo
somos psicológicos
e não cronológicos
Vejo em teu corpo faminto
tua boca salivando o desejo
de sugar com a língua
todo o meu cheiro.
A tua alma indaga à minha,
- Como se sente a presa
que tal a ovelha, pressente,
será pelo lobo engolida?
Meu coração não te engana
com respostas furtivas,
antes lhe pede que vejas
no vai e vém do meu peito,
dois frutos maduros
esperando teus beijos.
Em minha pele,
mais do que pêlos,
escorre o suor do desejo.
E em meus olhos,
mais do que medo,
incrustam-se as luas do amor.
Sou toda tua meu bem,
a nossa hora chegou.