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cronicas-->A lavagem -- 10/09/2013 - 05:39 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A lavagem

No tempo em que as rações eram só coisa de americanos, os nossos porcos viviam

das sobras de comida, e do que fuçavam, na sua fuçação atrevida.

E para se maximizar a engorda, os criadores de porcos nos ambientes urbanos

viviam a pedir aos vizinhos - a quem geralmente só cabia compartilhar o cheiro dos

chiqueiros - que lhes reservassem todo o resto de comidas possíveis. Que não se

os jogassem fora, que se os guardassem numa lata, ou num pote até que um dos

filhos dos criadores por ali passasse, para recolher aquele pote de fermentação,

alimento ideal para os seus porcos. E àquela compostagem dava-se o nome de

lavagem, ou lavage, que era a forma mais usada.

E enquanto o pote, posto fora da casa, ao pé da porta da cozinha, não enchia,

seu cheirinho aumentando ia, dia após dia. Não sem razão era preciso tampar

o continente para o cheiro não matar a gente. Ou matar as moscas que o

circundavam, achando que algo lhes sobraria daquela porcaria.

Quando o miúdo vinha para levar o conteúdo e esvaziar o pote, o alívio vinha

no rebote. Por pouco tempo, mas valia a pena. E era a certeza de que os porcos

vizinhos iam se deliciar a tripa forra. Pena que num abate ocasional não vinham de

volta umas peles torradas, uns torresmos, umas orelhas bem assadas...
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