LEGENDAS |
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cronicas-->A mão de Zarica -- 19/09/2013 - 10:05 (Brazílio) |
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Grossas, calosas e escurecidas. E eu tiritei de medo delas quando m´as estendeu
para cruzarmos a línha férrea naquele finzinho de tarde brumadense em que na
corrida de mamãe para marcar o ponto a tempo, nós pirralhos que vez ou outra a
acompánhavamos até o portão da fábrica, havíamos ficamos pra trás.
E agora, com a linha férrea no meio, e a maria-fumaça ali, pretona, toda
vaporizante, imponente, já sinalizando que a qualquer hora, minuto, ou segundo,
daria a partida, após aquele rouco e profundo `puíu!`, sendo já recolhida a
mangueira que lhe saciaria a sede até o final de seu destino.
Zarica também tinha o seu ponto a bater, na hora implacável do Ângelus, que
infundia nossos corações, e que também coincidia com a sanha dos patrões.
Mais adiantada naquela correria desabalada, e com um par de petizes já ao seu
encargo, mamãe sinalizara à companheira tecelã Zarica que lhe - e a mim - desse
u`a mão naquela crucial transposição.
Mas eu só percebi quando aquele aperto no àmago senti, com a máquina bufando,
má e gestosa, Ã minha frente. E, impassível,fazendo aquela ameaça uma titica, a
mão me deu Zarica. |
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