É certo dizer que o sistema de cotas para negros nas universidades gerou controvérsias e até um ligeiro mal-estar. Mais certo ainda afirmar que este imbróglio talvez não se resolva tão cedo, gerando muitas discussões não apenas nas salas de aula mas também fora do círculo acadêmico.
Antes de cada parte que se sente excluída ou prejudicada querer expressar suas opiniões, seria de bom tom conscientizar brancos e negros de seus papéis de cidadãos e futuros universitários.
É justo um caucasiano de cabelos cacheados se inscrever como "negro" ou mesmo "pardo"?
Quem age assim está ciente de que se beneficiará devido às cotas.
E é justo que a maioria esmagadora dos universitários seja composta por brancos, mesmo que nosso país tenha alta parcela da população de negros e pardos?
Na verdade este é um problema tão antigo quanto o Brasil, que chegou a proporções alarmantes.
Os negros e a população carente em geral necessitam urgente de inclusão social desde a mais tenra idade, e não apenas às portas da universidade.
Uma boa educação de base pode não garantir uma vaga na faculdade, mas certamente ajuda.
E o sistema de cotas pode ainda não estar totalmente correto, mas ao menos trouxe à luz um assunto que há muito deveria ter sido tratado com mais atenção.
Torçamos para que a sociedade e o meio acadêmico cobrem das autoridades o respeito e o acesso pleno à educação a que todos têm direito, sem prejudicar quaisquer pessoas, sejam brancas, negras, mulatas ou índias.