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Cronicas-->Calceteiros e capinadores de rua -- 04/10/2013 - 10:47 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era comum vê-los aos magotes na sua faina cotidiana, das segundas às sextas.

Jamais numa mesma rua, pois suas tarefas não se sincronizavam: o calçamento

precisava estar pronto para o capim começar a assentar as raízes entre as suas

gretas. E cada rua tinha a ordem sua: calçamento, no seu mais solene momento, e

a capinação, periódica, sempre que houvesse a ocasião.

Os calceteiros eram homens, com uns poucos rapazes aprendizes, e os

capinadores, não mais que meninos. Ganhavam u`a miséria e os atrasos eram de

regra mas a Prefeitura é que lhes assegurava o sustento e a dignidade daquele

vínculo com a sociedade. Mas de cócoras.

As equipes de trabalho tinham o seu mestre, que, além de se vestir com o garbo da

função, dava os comandos e verificava sua execução, na intransigente ordem das

coisas.

Com a expansão da área calçada, a partir do centro da cidade, os calceteiros viram

os seus paralelepípedos de granito de fácil e decorativa colocação, transformarem-
se em poliedros, de assimétrica conformação. Mas para a periferia, era do Prefeito,

perfeita, a solução. Calçamento bonito era caro.

Em alguns trechos da cidade, geralmente nas ladeiras centrais mais abruptas,

onde já havia um calçamento de pedras arredondadas, pés-de-moleque chamadas,

optou-se pela superposição dos paralelepípedos, que muitas vezes elevava as

superfícies e deixava passeios e casas rebaixados.

O ritual do calçamento era iniciado pelo nivelamento da rua por meio mecànico, a

que se sobrepunha uma camada de areia, seguida do assentamento das pedras, a

partir de uma linha central, feito uma coluna dorsal.

Tempos depois, assentadas as pedras e corridas enuxrradas sobre elas é que

apareciam os capinadores, com seus ferrinhos a esgravatarem as gretas e as

libertarem das gramíneas renitentes, nesta terra de Caminha, tão frequentes.

Mas aí, com um Governador espalhasfaltoso, dito Cardoso, veio o asfalto. E se

foram os calceteiros e capinadores, sem pedra e sem grama, pro seu cotidiano

drama.
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