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Cronicas-->O negócio do Chiquinho -- 07/10/2013 - 04:09 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Chiquim Aleixo mal vendia fazendas, mas era a viva promessa das ilusões.

Não `havera` de ter mãe de família ou donzela casadoira no povoado que não passasse

ali na sua loja para conhecer as novidades - e sonhar à vontade.

E era uma loja modesta, como de qualquer outro gênero que por ali houvesse: do bar

do Teco à loja dos irmãos Chaves, Zé e Béco, passando até pelo açougue do Afonso.

Como se mais comércio houvesse. Ah, tinha ainda o bar do Zé Ieié, e o açougue do

Girimia.

Daí a imporància - e imponência - do Chiquim Aleixo, ainda que seus teréns ficassem

acomodados no aperto da sala de visita da sua própria casa, que dividia com a mulher

Elisa e os filhos já crescidos que iam namorando e se casando. Mas nem sempre nessa

ordem.

E sua loja se resumia às prateleiras, o balcão e o metro, amarelo, de madeira,

quadriculado, que manejava com o habitual cuidado. A impressão que se tinha é que

havia bastante fazenda exibida e que a demanda não fosse lá tão comprimida. Além

da fazenda ele vendia também umas miudezas de armarinho e higiene. Mas o grosso,

além do metro, eram as fazendas.

Musselina, organza, organdi, gurgurão, brim, gabardine quanta variedade. E ele,

solene, apontava para as novidades, trazia a peça ao alcance das apreciadoras

que, quando se encantavam, já tava lá o metro erguido, pronte pra fazer a medida,

enquanto a tesoura, grandona, é que cuidava da mordida.

Um dia, a busca de melhores ares, ou para os seus filhos de melhores teares, mudou-
se o Chiquinho Aleixo. Foi se estabelecer na cidade, mas lá, no alto do Véi da Taipa,

na periferia, sua loja perdeu a magia, em meio a tantas outras, maiores, tradicionais e

com pano a riviria. Passou a condução do negócio ao filho, o Zezé

porém o negócio mal ficava de pé.Até.
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