Sou um vulto
Nem mesmo um vulto!
Sou seu desejo contido
Seu sentir perdido
Seu coração de gelo revestido
Sua triste solidão
Pó de saudade que encobre
A centelha de vida
Que diz meu nome
Insistentemente
sem você se aperceber.
Me abriga num tempo atemporal.
Guarda , escondida de si mesmo,
Minha presença amada
Em meio a dúvidas, desespero e medo permaneci incólume.
Meu cheiro sensual ,
invade as matas do seu peito
que quer me abrigar
em abraços de sufocar,
manter-me nesse armário sacrário... quase um lar!
O homem solitário grita mudo,
A necessidade de ter de volta
A alegria menina dessa mulher.
Debate-se em dilema que vira poema.
Poeta,
se permite ser invadido pelo sonho de reviver nós dois.
Poeta,
espanta essa tristeza que o aturdia.
Desnuda-me a alma, o corpo, o passado.
E os morcegos que o atazanavam viram beija-flores em cio.
Poeta,
viaja no tempo, se vê Faraó,
Imperador Romano e
sou sua Rainha de tempos outros,
sua escrava, sua musa.
Poeta,
é deus do amor e meu senhor.
Também poeta,
fazemos da poesia ponte,
nde os errantes amantes
reencontram o passado distante,
o futuro brilhante e fazem amor.
Possuirás a mim e meus tesouros
Possuirei você, meu Deus do Olimpo
Seremos terra e ar,
água e fogo,
mar e luar.
Fomos, somos, seremos
amar, amar, amar
Magda Almodóvar
31/Outubro/2001
03:45h
autora do livro
"Verdades e Fantasias de uma Mulher ...o pulo da gata"
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