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Erotico-->O ENCONTRO -- 19/04/2010 - 18:13 (valentina fraga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Encontro

Chegaste à noite. O céu estava pintado de estrelas,
e a lua masjestosa, e mais alguns lampiões,eram a referência existente.
O cheiro de mato, espalhava-se no ar, e já podia-se sentir
o frio orvalho na pele nesnuda.
Aqui e ali, seus olhos desacostumados à escuridão,
tentavam inutilmente identificar os ruídos da mata.
Alguns animais noturnos, iniciavam sua rotina, e esse som,
embalava os amantes da natureza.
De longe sentia-se o cheiro de lenha queimada, e um aroma gostoso
de comida saborosa.
Perto dali, podia-se ouvir o bater das ondas, quebrando na praia.
No breu que se fazia, existiam várias sensações, de mato, bicho,
mar e a enorme escuridão que a tudo embalava.
Era a primeira vez que estava ali. Uma enorme expectativa,
tomava o coração, esperando ansioso, os primeiros raios da manhã,
para então, admirar a belaza idealizada.
Havia algo de conhecido naquele lugar, algo de instintivamente sabido.
O quarto era simples, com ornamentos artesanais,
mas de muito bom gosto. O mínimo necessário,
para alguém totalmente urbano não sentir desconforto.
A ducha quente, prevarava para uma noite prazeirosa.
Não havia TV, ao invés disso, uma rádio local, tocava baixo,
melodias instrumentais que traziam muita calma.
Para ceia, vieram trazer um chá aromático, com alguns biscoitos,
um vaso de flores, com uma pequena orquídea, e uma vela bem pequena,
exalando cheiro de alfazema.
Tudo era calmo. À toda volta existiam cabanas no mesmo estilo.
Na frente de cada uma, um lampião. Luz fraca e aconchegante.
Tudo pronto e arrumado, sentou-se à beira da cama
e pensou naquele momento apenas.
Estava só, e a intenção era tão somente essa. Sentir o silêncio,
penetrando-lhe os ouvidos, envolvido pela deliciosa sensação de liberdade.
Do lado de fora do chalé, existia um banco de madeira envelhecida,
com almofadas, e uma rede.
Sentiu o desejo de absorver um pouco mais daquele início de madrugada
aconchegante, e apesar da temperatura apresentar um pequeno declínio,
entreabriu a porta e resolveu sair, para tomar ar.
Sentou-se inicialmente nas almofadas, como quem espera pacientemente
o tempo passar. Seguido esse tempo, sentiu pesar as pálpebras,
e passou para a rede.
Pouco tempo depois, embriagado pelos sons repetitivos, adormeceu.
Seu sono era tranquilo. Sua imagem suave, mostrava inteiro relaxamento.
Passado algum tempo, começaram a surgir algumas imagens,
inicialmente confusas, acinzentadas,
que pouco a pouco, iam se colorindo e se tornando nítidas.
Era a primeira vez que ela vinha a sua lembrança em muito tempo.
Havia significado muito, em pouco tempo, e um tempo confuso,
onde nada era possível, mas onde muita coisa aconteceu.
Algo que havia ficado na memória, e gravado no coração.
Um sentimento de impotência diante dos fatos, de ganho e perda,
de chegada e despedida, de uma dor lancinante, de uma separação,
racionalmente inevitável.
Muitos anos se passaram, muitas emoções sobre essas se puseram,
a ponto de transformar em borrões disformes essa história que mais parecia
uma lenda.
Pouco a pouco, esses sonhos se tornaram olfativos,
e era possivel percerber um perfume conhecido do ar. Em meio a tudo isso
seus olhos trancados embalados no sonho
que pareciam não querer ter fim.
E não bastasse o perfume que agora se tornava bem presente,
sentiu de perto, bem perto da face o calor de uma
respiração ofegante, chegando cada mais perto.
O perfume de cereja, dava-lhe a nítida sensação de presença,
e seus olhos continuavam trancados,
negando-se terminantemente acordar pra realidade da solidão.
Era boa a sensação que sentia naquele momento.
Tudo voltara a um passado de emoções valiosas.
Em algum momento daquele sonho, sentiu o calor de uma boca bem próxima a sua,
e com doce pressão sobre seus lábios selar um beijo.
Não acreditando em tanta realidade juntas em apenas um sonho,
seus olhos relutantes começaram a abrir, e para
sua surpresa, era ela quem o olhava bem de perto, e em silêncio.
E continuaram calados, e seus olhos se encontraram de maneira única,
e alcançaram as almas de cada um como se nunca tivessem se afastado.
E assim passaram muitos momentos, conversando unicamente com o olhar.
Pouco a pouco, suas bocas se uniram numa explosão de sentimentos.
A necessidade que sentiam, era exatamente a mesma, de muitos anos atrás.
Não estavam interessados, em saber de suas vidas, mas posso adiantar que hoje,
ela era a proprietária daquele local.
Não acreditou ser o mesmo nome, e aceitou a reserva,
confiante de que aquele poderia ser a continuação do que foi
brutalmente estancado hà tantos anos.
Seus olhos invadiam a privacidade de cada um, e suas mãos neste instante,
procuravam habilmente cada pedaço de carne esquecida,
e relembrada naquele momento.
Nada falavam, só havia gemidos e murmúrios de saudades,
a tanto guardados na garganta e na memória.
Lentamente, puseram-se de pé, e guiado pela mão dela,
entraram em seus aposentos. A emoção desse momento era indescritível.
Os movimentos eram lentos para serem relembrados como quem assiste uma
reprise. Cada peça de roupa era retirada lentamente,
envolvida em beijos e olhares.
Seus corpos ardiam de febre e de desejos, mas, nada falavam.
Pesquisavam cada parte de seus corpos, com as mãos,
com lambidas e esfregavam-se um contra o outro,
com a sede e a fome de animais.
E se penetraram e se amaram, como nunca haviam se amado.
E passaram a noite à luz de velas ardendo tanto
quanto seus corpos numa necessidade infinda de amar.
E ao amanhecer, seus olhos se encontraram
e sabiam que nunca mais iriam se separar.

Valentina Fraga
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