“Atenção todos os funcionários da embaixada. Saiam imediatamente do prédio após fechar as portas e janelas. Isto não é um treinamento”. O aviso, seguido pelo soar estridente de um sinal de alarme, foi dado às 13h55 de quinta-feira passada, em inglês, por um fuzileiro naval da embaixada americana em Brasília. Cinco minutos depois, os quase 200 empregados da missão, mais da metade dos quais brasileiros, já haviam abandonado o edifício de três andares situado nas proximidades do Lago Paranoá. O embaixador foi informado da emergência e o esquadrão de bombas da Polícia Federal preparou-se imediatamente para entrar em ação. O motivo do susto era um pacote de 15 por 30 centímetros, semelhante a uma caixa de sapatos, que chegara horas antes à embaixada no malote proveniente dos Estados Unidos e emitia um ruído suspeito.
Equipados de detectores eletrônicos, trajes especiais, coletes à prova de balas e capacetes, quatro peritos brasileiros transportaram o embrulho até um gramado a 100 metros de distância do prédio da chancelaria e levaram 40 minutos para abri-lo, enquanto funcionários curiosos observavam de longe sob chuva fina. Dentro da caixa havia apenas três inofensivos carrinhos de brinquedo movidos a pilha e enviados como presente de Natal ao filho de um diplomata. O mecanismo de um deles fora acionado pelo movimento do pacote, mas ninguém achou graça no desenlace do episódio.