Não sei bem distinguir um homem de um cão.
Para mim é tudo igual... Desde que fui desmamada e me entendo "por gente" vivo neste lugar onde tudo é meu: cada cômodo da casa e a parte externa também.
Tenho um quintal enorme para correr e me exercitar, atrás de uma bola, de um galho, das rolinhas ou da gata da vizinha que me aparece de vez em quando (coitada!).
Prefiro a parte de dentro da casa, evidentemente. Lá tem a geladeira e o frezzer, de onde tiram coisas deliciosas. Estou sempre "de olho gordo".
Adoro a gente da casa. São todos semelhantes a mim. Um pouco menos conservadores, pois decidiram cortar os rabos. Melhor assim... Porque só eu fiquei cheia de charme para abanar o meu, quando eles - não raro - me fazem gracinhas.
Esta cartanimal é para desabafar... A vida neste planeta anda por um fio. Não por nossa causa, aqui anda tudo muito verdinho e fresco; a natureza é tratada com muito amor e respeito. Isto, porém, não impede que se sofra pelo dano que os "de fora" fizeram à camada de ozônio... E eu, embora me julgue uma cadela inteligente, não consigo atinar com as atitudes "ecologicamente incorretas" de um ser que esculhamba com a pureza do planeta e, depois, faz palestras, seminários, eco-mundiais, e uma gama demagógica de projetos para tentar defender algo que ele mesmo está, a cada dia derrubando.
É sufocante... Confesso!
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