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cronicas-->Internet encurtando distància -- 03/11/2013 - 09:39 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Internet encurtando distància

Aroldo Arão de Medeiros

Meus filhos me incentivaram a criar uma conta no facebook. Alheio à modernidade, aceitei sem saber que me proporcionaria um grande encontro com alguém que não via há trinta anos. Certo dia, via face, recebo uma mensagem de uma pessoa chamada Sol Birchler:
- Oi é o Aroldo mesmo, filho do tio Arão? Sou a Solange, filha da Áurea. Com aquele sobrenome não saberia quem era. Como se identificou como rezam os preceitos da veracidade, iniciei uma correspondência com ela. Lembrei-me que em nosso último contato, era uma mocinha e a coloquei sobre meus ombros para ela melhor apreciar o desfile de blocos no carnaval de minha cidade. Ela era baixinha e, pelo que deduzi das fotos do face, continua do mesmo tamanho. Colocamos metade da metade das fofocas em ordem.
Comentei que pela primeira vez iríamos (eu, meu pai, minhas irmãs Lurdinha e Lucimar) fazer um passeio na Europa. Ela nos convidou para que a visitássemos na Suíça e que ficaria muito contente se aceitássemos o convite. Conversei com os componentes da excursão e resolvi que no outro dia compraria as passagens de avião de Paris para Zurich. Ao tentar adquirir os bilhetes aéreos deparei-me com um problema. Perdera o token, dispositivo eletrónico de segurança às operações bancárias e às transações pela internet. Corri, voei, ou melhor, chispei de carro até o banco para solucionar a situação. Costumo dizer que tudo se resolve porque "Deus é grande, Nossa Senhora é uma baita e o Menino Jesus é bem pequenino". E assim aconteceu, deu tudo certo e consegui adquirir as passagens.
Ficaríamos dois dias na companhia dela, do marido e do filho. Combinamos que ela nos esperaria no aeroporto e lá estava sorridente e receptiva. Meu pai, com os olhos cheios de lágrimas a abraçou fortemente, provavelmente lembrando-se dos pais dela já falecidos.
Pegamos um trem e fomos conhecer Zurich. Mostrou-nos dois bancos famosos por receber a grana dos milionários brasileiros que ali depositam para correr do fisco nacional, conhecidos como bancos do paraíso fiscal. O passeio foi curto porque teríamos pouco tempo para conhecer outras cidades turísticas.
Ela havia deixado o carro no município de Basel. Então mais uma vez fomos de trem, confortavelmente sentados, cada qual querendo disputar a sua companhia. Ela sentava ora com um, ora com outro. Fotografava-nos e pedia para fazer o mesmo dela. Mostrou-nos de longe onde ficavam as residências de famosos como Roger Federer e de Donna Summer quando viva. Como o tenista brasileiro Gustavo Kuerten (Guga), Federer mora na cidade onde nasceu. Fomos de carro até Berikon com a promessa de no outro dia conhecermos Luzern.
À noite, reunidos com o marido Bernhard (Bene), e o filho Aphonso, conversamos bastante. No jantar foi servido raclette. É um prato típico suíço, à base do queijo. O queijo é aquecido e raspado sobre os pratos dos comensais. Vários acompanhamentos foram utilizados, como a batata inglesa, picles (mini milho, cebolinha, pepino) e embutidos como presunto cru, salame, copa, etc. Foram usados dois outros tipos de queijo, se não me engano, o schabziger e o tilsit. Nunca havíamos experimentado e achamos deliciosa a raclette, ainda mais acompanhada de saboroso vinho.
Não esperávamos que aquela menina de trinta anos atrás estivesse com uma vida cheia de novidades e digna de ser imitada por qualquer outra mulher. Fez inglês nos Estados Unidos, trabalhou e batalhou muito para chegar onde está. Bem casada. Ela já conhece vinte e três países, o filho, sete; e o marido trinta e três. Tem um filho de oito anos bonito e educado e um marido suíço que já trabalhou no Brasil, na China e em outros lugares que ficou menos tempo. Hoje ela escolhe o horário de dar aula de ioga, sendo que a agenda é ditada pelos compromissos do filho que ela não deixa sozinho. Quase todo final de semana passeia com a família e recebe muitas visitas de brasileiros. Pelo menos uma vez por ano seu irmão vai de São Paulo encontrá-la.
No dia seguinte fomos conhecer Luzern. Falei que em Santa Catarina existe uma cidade com o mesmo nome. A Solange perguntou se era parecida com aquele município suíço. Contei que até tem as características nas construções e que seu fundador e o prefeito são descendentes de alemães, mas que é muito menor.
Bene afirmou que considera os três melhores carnavais do mundo, o do Rio de Janeiro, o de Veneza e o de Basel. Às 4 horas da manhã as luzes de Basel são desligadas por 4 minutos, é o aviso do começo do carnaval (Karneval).
Chamou-nos a atenção o fato das casas em Berikon não terem muros. O que separa a maioria das residências são cercas-vivas. Outra inovação para nós foi um porão com uma porta com uma espessura de uns 15 (quinze) centímetros. Perguntado para que servia, Bene explicou-nos que era para segurança da família em caso de guerra. Hoje ele guarda tralhas, equipamentos e roupas de esquis e tem uma adega repleta de vinhos dos mais diferentes tipos para cada ocasião.
Se Deus quiser, jamais haverá guerra e vinho nunca faltará para brindar a paz, a saúde, a felicidade e os reencontros que, graças à Internet, quando bem usada, aproxima as pessoas.
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