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cronicas-->TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (136) -- 04/12/2013 - 10:04 (Walter da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TRADIÇÕES, CONTRADIÇÕES (136)

Quando, como, onde. por quê e quem proclamou a República, a maioria deve saber. Mas ela não previu ou não se interessou pelo fato de que no dia de sua justa comemoração, um ministro da alta Corte mandasse prender cidadãos. Uma atitude monocrática prevista no regimento do STF. E me lembro de bom grado que fiz uma vez, no curso fundamental - primário naquela época - uma pequena dissertação sobre o episódio republicano. Mesmo porque nesse tempo não houvesse nenhum mensalão. A professora se chamava Eunice e era uma mulher acima de qualquer suspeita, como gente e profissional. Quem dera ter às mãos esse texto, já extraviado na bruma dos tempos. Eu gostava muito de história do Brasil e apreciava ler. A coleção do Reader´s Digest era minha leitura predileta, cujo conteúdo traduzido do inglês, gozava de boa reputação no mundo inteiro. (A outra leitura era Machado de Assis).

Alguns mais exigentes acusavam essa publicação de pró-americana; pudera. Não sei exatamente que fim levou minha coleção. Vai ver vendi-a por algum preço e devo ter invertido o capital em forma de livros. Hoje, tenho quase certeza, nem se encontram tantas professoras com aquele perfil, talento e competência, nem alunos tão interessados em leitura. Na comunidade de baixa renda, onde tento informar pessoas sobre assuntos da atualidade, tenho notado que a rapaziada anda muito mais interessada em portar o tasaonde e manuseá-lo em seus aplicativos. Nesse sábado lá estive como faço de quinze em quinze dias e observei, antes de começar a preleção, que a maioria portava as maquininhas.

Diante da cara feia de alguns e admoestados por parentes, todos guardaram os aparelhos e começamos a mútua provocação. São pessoas de pouca grana no bolso e alguma vontade de aprender. Ao menos gostam e respeitam o interlocutor. E para não me desconfortar na teoria do voluntarismo, pratico-o da forma que posso e me é possível. Sempre digo aos amigos mais próximos que o faço para justificar minha breve existência. Mas falemos dessa data nacional. A proclamação da República que consistiu no primeiro golpe militar da história nacional, deu vez ao regime presidencialista que prevalece até hoje. O marechal Deodoro da Fonseca, naquela farda mais engalanada do que pastorinha, já vinha dando o ar da graça, desde quase vinte anos antes, com o fim da guerra do Paraguai. Ademais, o positivismo da época, influência de Augusto Comte, tentava construir no Brasil, o que se construíra na Europa. Aqui, os intelectuais incluindo um negro chamado Rui Barbosa, escreviam e debatiam sobre a fadiga do regime monárquico. Exija-se esclarecer que a república teria que vir exatamente depois da abolição da escravatura. Uma é o corolário da outra.

Passados mais de cento e vinte anos, conquanto estejamos habituados ao estado democrático de direito, alguns ainda teimam em confundir a coisa pública com uma terra de ninguém. E se não têm algo parecido com o grande baile da Ilha Fiscal, se esbaldam nas mansões do lago sul, em Pindorama.
Mas tudo vem a seu tempo e hora. Supondo que a grande farra continuaria a céu aberto e a fundo perdido, amargam a desdita de terem encontrado pela frente, um abusado e congruente magistrado. No meu ponto-de-vista amador e apenas (de)formador de opinião, creio que essa é uma mera ponta de iceberg. Ainda veremos mais desmandos e corrupção serem denunciados e desmantelados. E não duvidem se no próximo 15 de novembro depois da Copa do Mundo, a própria Suprema Corte proclame outra vez o fim de certa impunidade e propicie o sol nascer quadrado para toda essa gente engravatada. Afinal, eles nalgum momento devem ter desconfiado que o sol nasceria mesmo para todos igualmente, mas em diferentes circunstàncias.
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WALTER DA SILVA
Natal-RN
17.11.2013
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