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Contos-->O ANJO -- 10/04/2000 - 18:01 (Javert Denilson) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Por uma rua e outra, caminhava sem definição para lugar nenhum. Ruas desertas, quietas, imóveis. Não via nenhum ser humano até onde minha vista alcançasse. O silêncio era mórbido. Nem ao menos escutava o vento. As folhas das árvores balançavam sem som. As casas pareciam mais desertas do que as ruas. E eram bem modernas, futurísticas. Mas havia uma casa diferente. Aliás, um casarão branco, com os lambris azuis de suas janelas e portas. Uma casa limpa, bonita. Sem que ao menos esperasse e para minha maior surpresa aparecia uma criança diante de meus olhos. Um menino com cabelos de anjo.
– Vem comigo, moço – disse ele.
Ele tomou minha mão e me conduziu para dentro do casarão; a porta estava aberta e eu nem sequer reparei. Minha primeira impressão imaginara encontrar uma decoração luxuosa no interior. Mas não encontrara nada. Não tinha nada dentro do recinto. Cadeiras, mesas, móveis, nada. Havia apenas poeira sobre o chão. Teias de aranha enfeitavam as rachaduras das paredes. O velho e conhecido cheiro de mofo pairava no ar. A criança continuava a me conduzir pelo assoalho em direção a uma escadaria. Começávamos a subir quando fiquei com a sensação de que a qualquer momento quebraríamos um daqueles degraus e voaríamos direto ao chão. A escadaria era muito velha e rangia cada vez mais forte debaixo de nossos pés. Chegávamos ao topo de mais um outro espaço. Não sei se era um quarto ou uma outra sala, pois, também, não possuía móveis. Via as janelas que eram conservadas por fora e apodrecidas por dentro. O casarão só aparentava beleza exterior. O menino largara a minha mão e começara a andar de um lado para outro sem definição. Andava e gesticulava até eu perceber que ele estava abrindo gavetas, olhando-se num espelho, lavando as mãos e o rosto numa tigela com água imaginária. Eu não via nada, coisa alguma. Ele tomou minha mão novamente e descemos a escada. Sem dizer palavra, sílaba ou letra, ele me convidou para sair. Abriu a porta. Quase sem perceber, ele largara minha mão. Correu em direção à porta. Abriu, entrou, fechou.



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