Tu és um cabra arretado
no cordel és menestrel
mesmo quando plurais vão para o céu
Chico aqui das Minas
que nasceu em Pedro Leopoldo
adoeceu tomou boldo
foi para Uberaba
pra sará a terra e toda a rapazeada.
O Patativa cantava
seus versos e encantava
tantos poetas a terra não carecia
pois Patativa cantava a todos a sua magia
Mas Patativa não cantou só no Açaré
cabra macho quer muié
Nois aqui das Gerais
ouvimos canto e fomos atrás
Para ver a luz que subia
enquanto corpos santos
desciam aos plantos
daqueles que sentirão suas perdas terrenas
eu para Patativa não tenho nem as penas
apenas aprendi amar o próximo
e como Chico viro hiena
para rir para todos e para a vida ter valido a pena.
Tu sabes fazer graça como ninguém
e na rimas chicantes e açarerantes
faço que nem a lua minguante
me apago neste instante
para fazer justa homenagem
para quem na vida não fez sacanagem
num país onde impera a maldade
esses Homi só fizeram bondade.
Então, me despeço com um forte abraço,
pois cabra macho só é pêgo no laço.
Na poesia estes versos que faço
ficarão na memória mas não quero glória
pois quem fez a história
foi-se ante a amnésia
e quem sabe faz logo e ergue o braço
não fica só na promessa...
Sigo os passos do poeta bomfim
mesmo gludado no meu cantim...