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Poesias-->ÁRVORE DA SOLIDÃO -- 13/11/2001 - 00:58 (Carlos Santos Lacerda) |
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Mais uma folha seca caiu da árvore e foi levada pelo vento
Outrora era firme e bela
Verde com sede e alegria
Nem mesmo os fracos sopros desprezíveis da manhã presente
Poderiam derrubá-la
E agora lá vai ela
Tão frágil foi soprada ao chão
E dali ao horizonte sem fim
Onde encontrará outras árvores e também destas caíram outras folhas
E a cada encontro mais fraca esta folha ficará
Perderá suas fibras e assim sua força
De cada detalhe de firmeza
Ao léu se transformará em tristeza
Talvez afogue-se num rio infinito
Mas de tudo
Terei cada lembrança
Cada momento
Que já tive com ela aqui sobre mim.
Lá vai ela
Saltando impulsionada pelo vento
Sem que ela perceba que ele a faz tanto mal
Mas ela está feliz
Enganada pela liberdade proporcionada
Esquece-se de que agora em diante
Não mais terá minha vida que a compõem
Mas ela não se incomoda com isso
Ela vai indo
Ela quer a liberdade
Sem saber que foi obrigada a crer
Ela vai feliz certa de sua escolha errada
Sem voltas
Sem abraços.
Mas agora que paro de olhar a folha que se perde no horizonte
Posso observar uma outra que explode em verde logo aqui ao meu lado
Meu Deus, como sou egoísta!
Porque me maltratar com a folha que partiu
Se aqui ao lado nasce outra tão bela
Quanto aquela que se foi.
Vá com Deus
Cuide de sua ida
Para que não seja ela a sua maldição
Tenho aqui uma nova para venerar
És linda
E a ti eu terei por muito tempo ainda
Sei que resistiremos a muitos vendavais
Até que um dia você também partirá
E a mim
Mais uma vez
A solidão ficará.
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