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Poesias-->O DIA DE MINHA MORTE -- 13/11/2001 - 01:14 (Carlos Santos Lacerda) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Hoje quando acordei o sol brilhava diferente

Os raios que me iluminaram não ardiam

Eles passavam por mim como se seu toque fosse delicado

E me enchia de alegria e serenidade

As nuvens estavam tão baixas que me bastava erguer os braços para senti-las

Depois da porta de madeira lustrada

Ofuscava-me um mundo lindo e feliz

As pessoas não eram as mesmas

E via em cada olho o brilho sincero



Um menininho que passou por mim dizia coisas que eu não entendia

Eu me senti tão pequenos com suas palavras sábias

Mas isso não me incomodou

Eu o escutei e isso me fez bem

Depois que andei até os horizontes claros

Meus olhos mais uma vez alcançaram uma beleza sem igual

Eu nunca tinha visto aquilo antes

Mas como não vi se sempre ali estive?



As pessoas sempre pareciam conhecidas

Mas eu senti a ausência estranha de cada uma delas

Elas me olhavam felizes e me sorriam compreensivas

Algo me levava a andar mais e mais

Cada vez mais além rumo a algo que me esperava

Não sabia o que era, mas agora sei



Perto de uma árvore dourada encontrei uma bela senhora

Que com seu impressionante carisma estava rodeada de imagens serenas e sorridentes

Todos eram belos e pareciam emanar um brilho prateado em ascensão ao céu

A mulher de roupa azul celeste tinha um menino ao seu colo

Era o mesmo menino que encontrei ao acordar

Ele me parecia diferente agora, me parecia mais jovem que outrora fora

Mas era o mesmo, não tenho dúvidas

O mesmo olhar, a mesma paz, o mesmo brilho



A cada paço vislumbrava rostos tranqüilos

Acho que as dúvidas estampavam a minha face

Por que todas as pessoas me faziam sentir vontade de falar mas eu sabia que deveria calar

E caminhar

Mais algum tempo à frente

Encontrei mais um grupo de senhores que cercavam um homem alto, soberbo em sua humildade

Era o mesmo menino que agora me parecia muito mais velho

Mas tenho claro que seus olhos eram os mesmos

Seu toque, sua voz calma, suas palavras doces

Todos o olhavam e sorriam

Alguns choravam lágrimas que não eram tristes

Eram emoções

Eu olhei nos olhos dele e perguntei quem era

Mas ele nada me dizia

Só me apontava o caminho a frente

Como se, indo para lá, eu tivesse todas as respostas

E assim, continuei



Ao fim das montanhas

Encontrei dois caminhos

Eu sei que não me era direito escolher em qual prosseguir

A escolha já fora feita

À direita eu via a continuação da beleza

Cada folha que caía ao chão era uma reverência ao caminho

Tudo era belo e o som que surgia no ar era pulcro como gotas sobre os arvoredos

Era calmo, vasto

Sei que por esse caminho eu seguiria

O outro era tortuoso

E dele nada conhecia

Nunca o vi e não sentia vontade de saber o que era

A escolha já fora feita

Pelo caminho eterno eu entrei



Lá encontrei todas as minhas respostas

Como num filme momentâneo

Minha vida se passou a minha frente

Eu podia escutar de longe pessoas em prantos

De cima o céu brilhava muito forte

E sobre minha cabeça surgia uma estrela branca que me fazia sentir uma felicidade inimaginável

E novamente eu vi o menino

Desta vez ele não me parecia ter qualquer idade

Ao seu lado eu vi um senhor de cabelos grisalhos e barba comprida

Eles nada me disseram

E tão pouco eu quis perguntar qualquer coisa

As respostas estavam todas em mim



E então o pranto cessou

E meu coração ardeu por um segundo

Quando eu abri os olhos novamente

Vi todos a quem já não vi há tempos

Todos a minha volta

Compreendi cada olhar e cada sorriso

A minha vida só estava começando.





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