A luz do sol demorou um pouco. Afastou-se lentamente por sobre árvores em direção ao que chamamos Serra do Mar.
Logo, a noite levemente estrelada contemplou os lábios ardentes de Joana. Seus lábios tocavam os meus e suas mãos apalpavam meus bolsos. Logo deixaram os bolsos.
Joana Darc era uma mulher guerreira. Cansada de longos fastios intelectuais, procurava outro tipo de combate. Imaginou uma lança entre suas mãos. O alvo era seu próprio corpo. Tivemos que nos deslocar para outro lugar, mais apropriado ao combate. Ao bom combate.
Mal nos deparamos com a privacidade novamente e Joana empunhou a lança. Entusiasmada beijou e levemente mordeu antes de endereçá-la ao centro energético.
Sua reação foi tremer, gemer. Parecia fera ferida. Sobre a lança ensaiou a dança da guerra, da chuva, dos tempos. Guerreira empunhou e lutou, bravamente, enquanto pode.
Depois, cansada, tombou de lado. Parecia precisar de novo fôlego. Enquanto descansava sofreu novo ataque. Não podia se defender, então, placidamente se deixou dominar pelo fogo que a consumia, lentamente a princípio, mas logo se tornou quente como o magma que foge da terra. Foi assim. Queimou, ardeu, guerreou.
Por fim, repousou, com sua mão corajosa empunhando a arma. Serenamente dormiu e entregou a alma ao sono."
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