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Poesias-->UM TRONCO NADA MAIS -- 13/11/2001 - 09:11 (guido carlos piva) |
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Revesti-me de saudades
ao sentir o vento solto
batendo em meu tronco
marcado pelo tempo.
Lembrei das flores rubras
repletas de sementes
do balanço dos meus galhos
em acenos complacentes.
Recordei das folhas verdes
respingadas pelo branco
do orvalho que escorria
prateando minha fronte...
do meu sorriso de alegria
quando o sol batia quente
docemente aquecia
ninhos vivos em meu peito.
Relembrei dos arcos-íris
que enfeitavam o meu céu
das estrelas que luziam
pelas frestas do meu topo
dos luares luminosos
que desciam fossem véu
da garoa e chuva fina
que banhavam o meu corpo.
Com o tempo virei tronco.
Fui podado pela vida...
foram em folhas que caíram
onde deixei o que foi triste.
É na seiva do meu sangue
onde tenho a força viva
mesmo ao vento pesistente
sou um tronco que resiste.
Sou um tronco, nada mais...
que espera reflorir.
Rememoro as caisas boas
sem lembrar das cicatrizes.
Sou assim, não sei morrer.
Sou tora que desperta
num repente logo aflora
o que guardo nas raízes.
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