É o teu corpo que procuro nas noites insones,
e o calor que deveria estar ao lado pra aquecer.
No travesseiro passo a mão, e não é tua face que encontro.
O cheiro do perfume que penetra minhas narinas tampouco é teu.
Espalho braços e pernas na cama ampla e não te sinto.
Onde estás que perdes tempo de estar ao lado de quem te ama?
A noite é escura, e volta e meia a lua empresta
luminosidade ao espelho dágua. Tanto no céu quanto no mar
vejo teu rosto, ora nítido, ora embaçado que está a me espiar.
Sinto a distância e pereço só, desamparada, e mesmo assim
teimo em achar que me pertences e és só meu.
Uma dor cortante atravessa o peito e dilacera a alma.
Sinto o olhar que despe, o beijo que enlouquece,
a voz que derrete, do abraço apertado,
a conversa fiada, os dedos que tocam e penetram meu corpo
de maneira permitida...deliciosamente permitida...
Um calor me invade assim como te sinto dentro, bem dentro.
Chego a suar num breve delírio de realidade. Meu gemido é longo e doce
Como se estivesses ali, e pudesses escutar.
O prazer invade...
E agora já durmo um sono tranquilo com o sorriso nos lábios.
Eu sonhava...
Valentina Fraga
25.10.2010 |