Quando quero lembrar-te,
não preciso ver-te.
Basta apenas cerrar os olhos
e a visão é tão ampla, tão real,
Que não é preciso ver-te.
Ali está, nítida à minha frente.
Cada ato, cada cena, cada ensaio,
Está ali, naquele momento realizado.
Todos, juntos ou separados, posso ver,
porque já foram vivenciados.
Se não mais acontecem, pouco importa,
Pois não posso ter tudo que quero,
Tento então, querer o que posso.
A imagem fica, a lembrança não se vai.
Tudo pode passar, se transformar,
mas não é esquecido, pois o esforço de
esquecer, faz lembrar.
Então, é caminhar, olhar outros campos,
arar outras terras, plantar outras colheitas,
buscar outras possibilidades,
e apenas seguir adiante...
Valentina Fraga |