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Cartas-->UMA CARTA PARA OS JOVENS -- 10/01/2002 - 22:48 (Giusto Io) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Uma carta para os jovens sobre prazeres, paixões
e moral social

Giusto Io




Os homens se distinguem pelo espaço que dão aos instintos,às paixões, aos atos de vontade e aos atos de inteligência em suas vidas. Divididos em grupos, em tendências ou em fações, eles se distribuem universalmente em comunidades. Alguns casualmente vivem isolados mas todos buscam nada mais nada menos que a satisfação de suas necessidades. Esta é a tendência básica que corresponde à natureza dos homens.
Nas sociedades organizadas e educadas, a cultura democrática procura dar estabilidade e bem-estar às pessoas e diminuir o impacto dos instintos primários e das paixões que dominam os homens. Mas apesar de tudo, devemos lamentar que grande parte da humanidade ainda está vivendo uma vida primária, pró-animal. Ou seja, apenas vegeta. Não vive. As suas funções são as de procriar, e de acarinhar os próprios vícios, de uma forma meramente primária de prazer e de sobrevivência. A sociedade primária busca seu prato de arroz e basta. Em termos de evolução, não tem nem consciência de seu grande atraso. As crianças ficam na rua, ganham hábitos piratas, os adultos envolvem-se em bebidas, sexo e droga. Dominadas pelos vícios e paixões, as pessoas perdem as ambições nobres, as esperanças de bem-estar. Ficam-se pelos instintos de roubar, de prejudicar, de agredir, maltratar, seqüestrar, ignorar ou desrespeitar, faltando-lhes aquilo que poderia ser a norma de uma vida social regular.Para muitos, só existe a satisfação de um instinto ou de uma ambição. Não há neles um sentido moral. Eles são por isso escravos da violência e do comportamento amoral e imoral.
Os filósofos orientais expuseram, em grandes tratados, doutrinas e instruções sobre o instinto e as paixões. Os gregos através de Platão e dos estóicos nos deixaram ensinamentos sobre o sumo bem e sobre a maneira de dominar as paixões pela ataraxia. Na Idade Média, os teólogos, os filósofos, os monges e os místicos se dedicaram a normatizar sobre o domínio das paixões. Tomás de Kempis na Imitação de Cristo fala de como dominar as paixões. A história está cheia de normatização. Não faltam ensinamentos para os homens. O que resta na sociedade de hoje é o estabelecimento do universo da prática. Os meios de comunicação, o cinema, os tapes, os cds, os shows, as letras musicais, as igrejas, as famílias e os indivíduos deverão buscar conhecimentos e transformá-los numa linguagem de interesse comum para a vida. Não invocamos mais as igrejas como únicas detentoras deste privilégio. As sociedades laicas sentem disso necessidade também. A notícia de uma criança baleada no Rio ou em Salvador por um projétil perdido numa guerra entre traficantes deixa um recado prático na cabeça das pessoas. Há um direito fundamental que na sociedade se chama o direito de terceiros. Precisamos dele. Paixões aparte, escravos do prazer ou das paixões, a mente dos homens deve ser orientada pela correção, pela sensatez, pela respeitabilidade, pela sobriedade e sobretudo pela fidelidade do homem a si mesmo. Se possível, o homem deve ser guiado por uma crença ou por uma moral e por uma esperança. Além da fé em seu clube, ou em seu santinho, uma outra fé deve assentar na sua cabeça. Ela deve buscar a preservação dos valores sociais, que vão se refletir na educação do jovem, na criança e no futuro da sociedade como um todo. Temos necessidade de uma moral. Essa moral não é exatamente aquilo que entendemos por moral tradicional. A moral de que precisamos é a força interior, são as convicções, os propósitos, o caráter, a personalidade, o sacrifício e a capacidade de decisão. Talvez uma cabeça regulada pela sensatez e pelo equilíbrio, por princípios de sanidade mental e física poderá regular com eficácia o domínio sobre vícios e paixões. Em qualquer continente, em qualquer época da história, em qualquer sociedade, um sentido moral é necessário.


Giusto Io
10 de janeiro de 2002
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