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Infanto_Juvenil-->Meu primeiro vídeo game -- 11/08/2007 - 11:52 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu primeiro vídeo game


Durante meses, andei com um tampão na lente dos óculos, cada semana de um lado. Depois, vieram os exercícios num aparelho engraçado. Era mais ou menos do tamanho de uma televisão (pequena, que eu ainda não conhecia), mas sem tela. Na parte da frente tinha um lugar onde eu devia apoiar o queixo, de maneira que meu nariz ficava encostado no aparelho. Na direção dos olhos havia dois buracos, assim como nos binóculos, por onde ou via duas figuras diferentes, cada uma com um olho. De um lado havia uma casa, do outro um menino.

Explicaram-me, então, que eu tinha que fazer o menino ficar diante da casa. Para conseguir isso, era preciso movimentar duas alavanquinhas. Gostei da brincadeira, mexia que mexia, até colocar as figuras sobrepostas. Tinha flores para vasos, palitos para sorvetes, sapatos para pés descalços. As outras crianças não conheciam esse brinquedo e eu contava vantagem. Mais tarde, quando meus filhos brincavam com vídeo game, descobri que eu tinha sido precursora nesses jogos.

Na verdade, eram exercícios de ortóptica que serviam para corrigir meu estrabismo, não uma brincadeira como parecia. Por causa desse tratamento, tive que ficar uns meses em São Paulo, morando com minha tia. Era ela quem me levava ao consultório do dr. Souza Dias, a quem eu chamava de doutor Noites.
Lá chegando, eu sempre dizia:
-- Bom dia, doutor Noites!
E ele respondia:
-- Bom dia, menina do nariz de tostão.

Percebia que ele caçoava de mim, dando seu troco, mas não entendia direito, pois não sabia o que vinha a ser um tostão. E como se tratava de um jogo, eu achava que estava perdendo, coisa boa não devia ser...

Depois de cada sessão, vinha o melhor. Tia Ceição me levava para tomar um “ice cream soda”, que eu adorava. Às vezes íamos à Leiteria Campo Belo, às vezes à Leiteria Suíça. Que festa!
Nessas horas eu nem me lembrava mais do nariz de tostão.




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