Lula assumiu a Presidência da República profundamente comprometido com a transformação social do país com as reformas.
E tem credibilidade. Visto que outros presidentes tentaram e não conseguiram. Com nove meses de governo estamos discutindo as reformas. Contra ou a favor, queiramos ou não, são pontos pró-Lula.
O governo fechou um acordo político no Congresso e garantiu uma base de apoio. Com todos acertos e erros temos uma Reforma da Previdência, Tributária e logo estaremos discutindo a Reforma Trabalhista e, na minha opinião, a mais importante de todas a Reforma Política. A cobra vai fumar. E vai faltar charuto.
Entretanto, e fez parte desse processo democrático, há uma forte oposição ao governo e às reformas.
Mas há vários tipos de oposição.
Há uma oposição de cunho ideológico representado pelo PSTU e pelos parlamentares petistas não alinhados com as propostas de governo, os ditos radicais. Essa esquerda está enraizada ao modelo tradicional do socialismo real. Um modelo fracassado e obsoleto. A queda do muro de Berlin 89 escancarou para o mundo sua verdadeira face. Uma ideologia que traz no seu cerne a ruptura institucional que, certamente, inviabilizaria qualquer projeto de governo da coligação que elegeu Lula presidente.
Outra oposição está representada pelo paridos PFL e PSDB, com baixas em todas votações, que compreenderam os propósitos populares do governo Lula, mais que alguns parlamentares petistas, e fazem uma oposição implacável, pragmática e de direita, que inclui garantir uma volta triunfal de FHC em 2006. Uma oposição previsível, desejável e necessária a nossa democracia.
Há, também, uma ferrenha oposição por parte de Leonel Brizola. Talvez o velho caudilho de Carazinho esteja pressentindo que seu PDT está em apuros políticos e tenta revitalizá-lo na oposição.
Essa raiva trabalhista começou no governo Olívio Dutra aqui no RS. A tradição caudilhesca do trabalhismo tupiniquim guasca impediu o reconhecimento do governo popular de Olívio. O trabalhismo brasileiro sempre lidou com a imagem de um único grande líder. E Brizola não está visualizando um sucessor, pois o partido envelheceu e não há formação de novos líderes trabalhistas.
Com isso acentua-se uma crise no PDT. E em conseqüência uma raiva política que é descarregada no provável sucesso do governo Lula.
Será que Brizola, no lugar de Lula, faria alguma coisa diferente? Nós conhecemos com profunda tristeza e nada saudosas as administrações do PDT no RS.
Brizola procura impulsionar um PDT quase falido. Talvez seja tarde demais e não encontre outro caudilho do mesmo quilate de outros velhos trabalhistas. Arrisco afirmar que num futuro próximo o PDT seja apenas um partido de saudosos trabalhistas, saudosos de outros trabalhistas ilustres.