Usina de Letras
Usina de Letras
159 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50480)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->A BALCONISTA -- 22/04/2014 - 13:20 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
 

Crédito da imagem:tinacoelho.blogspot.com

 Os lábios carnudos da vendedora, contornados com batom mel-avermelhado tinham curvatura levemente semelhante a dois acentos circunflexos, um com o vérticepara cima e o outro com vérticepara baixo, prontos para jogar um beijo. Pegava o metrô no Largo do Machado e descia na Estação Carioca. Via pessoas apressadas. Rostos de diversas feições, feições de diversos rostos fervilhavam na rua como formigas em formigueiro. Pobre Talitamorta de desgosto e cheia de tristeza de ver sua mocidade desabar como uma estrela cadente... Estava  cheia de vontade de dizer à rosa dos ventos que a vida não presta. Que as pessoas são árvores que andam, criaturas artificiais que vivem a mesmice do dormir e acordar, uma rotina de um caminho que  não leva a lugar nenhum. Talvez ela não soubesse que a vida, embora pareça uma paisagem estática, é na verdade,  uma grande tela pintada com estilo e arte, uma passarlea de gente de todas as raças, mulheres de todas as taças à procura de marido. Homens deshort e de camisa regata,  de terno e gravata, pendurados nas barras do trem como roupas no varal.Ela não pleiteava um herói de pancadaria em  teatro de mamulengos. De modo algum  invocaria frei Gaspar de Santo Antônio, mas o próprio Santo Antônio casamenteiro de Pádua para lhe conseguir um marido. E, embora não alimentasse sonhos de princesa, queria um casamento simples, com poucos convidados e uma banda tocando a valsa nupcial. Queria se casar na noite, na rua, no céu, no mar, mesmo e ainda que fosse com um vesgo, até mesmo um galo-de-campina... Estava cansada de comprar os beijos de Valdivino com o salário da loja.

Era festa do padroeiro  o coração acelera: dindãodindãodindão. O sino toca anunciando Deus  na  Trindade  de  três notas Teo-Deo-Céu. A lira  de dez cordas recorda os Dez Mandamentos como eco gravado, no coração. Bate o sino no campanário: dim... dão... dim ...dão. Toca o coração da menina badalando igual sino dim...dão, dim...dão.Bate o badalo, toca o sino bate o coração-menino na  festa do padroeiro.O sacristão toca o sino. Dim... dão... dim...dão... O vigário começa a procissão. O coração bate igual sino: Dim...dão...dim dão. Na festa do padroeiro o santo casamenteiro promete para o solteiro um par para seu coraçãodindãodindãodindão.

http://www.textoregistrado.com.br/exibetexto.php?cod=135897704703377000&cat=textoreg

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui