A Formatura
Quando eu era pequena, as crianças só iam para a escola lá pelos seis anos. Ficavam brincando, desenhando, fazendo uns trabalhinhos. Ninguém aprendia a ler ainda, a não ser que alguém as ensinasse em casa. Era o Jardim de Infância que freqüentávamos.
Depois, havia quatro anos do primário, quatro do ginásio e três do colegial. Mais tarde eles se unificaram e passamos a ter oito séries do primeiro grau e três do segundo. De uns anos para cá, trocaram de nome outra vez. Agora existe o Ensino Fundamental e Ensino Médio. Sem contar a Educação Infantil, que se chamava pré-escola e não era obrigatória.
O primário terminava com uma solene festa de formatura e entrega de diplomas, como acontece hoje no final do prezinho. Mas ainda não era moda vestir os alunos com beca, nem pôr aquele chapeuzinho achatado na cabeça.
Os meninos iam de terninho de calça curta e gravata no pescoço. Usavam o cabelo curtinho, só com um topete na frente.
As meninas mandavam fazer vestido novo, com mangas bufantes, saia franzida e laço na cintura. Punham fitas na cabeça, para enfeitar ou prender o rabo-de-cavalo. E usavam meias soquete, brancas ou cor-de-rosa.
Assim trajados, subíamos ao palco e ali ficávamos ouvindo os discursos. Falava o diretor da escola, o prefeito (nas cidades pequenas), alguma autoridade e a nossa professora.
Depois disto, alguns alunos (quase sempre os melhores) liam um texto de despedida dos colegas e outros recitavam, de cor, pequenas poesias.
Finalmente recebíamos o diploma enrolado e amarrado com fitinha verde-amarela. A primeira etapa escolar terminada! Agora, estávamos aptos a entrar no ginásio. O tempo de criança havia passado.
Ah! já ia me esquecendo... Antes de começarem os discursos, todo mundo ficava em pé e, com a mão direita sobre o peito, cantava o Hino Nacional.
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