O Chile é um país privilegiado. Não somente pelos seus vinhos de excelente qualidade e deliciosos frutos-do-mar, pela cordilheira nevada, pelos lagos do sul ou pela economia próspera que tem apresentado nos últimos anos. O Chile é privilegiado porque tem duas independências para comemorar em setembro: no dia 18, a Independência da Espanha; no dia 11, a Independência do marxismo, quando fomos libertados do governo ilegal de Salvador Allende.
A hegemonia da mentira nos meios de informação e nas universidades faz de tudo para apresentar Allende como um mártir, quando na verdade ele e seus seguidores foram criminosos hediondos (que no Chile eram chamados de upelientos). Passeatas multitudinárias de repúdio ao governo de Allende
foram noticiadas ao mundo como manifestações de apoio, guerrilheiros ferozes foram louvados como vítimas da opressão militar, torturadores,
seqüestradores e outros pilantras espalharam-se a partir do Chile como metástases e gozaram de um "exílio" dourado em países como os Estados
Unidos e o Canadá, onde se dedicaram a deturpar fatos históricos para formar gerações de idiotas.
Hoje o mundo reza a cartilha dessa esquerda intelectualmente desonesta e quem denuncia a barbárie é tido como paranóico e é difamado sem trégua.
Lógico, quem é incapaz de rebater com argumentações sólidas e fatos concretos precisa recorrer à vulgaridade para atacar quem não se esconde atrás de máscaras. Infelizmente a mídia é, em quase a sua totalidade, mascarada. O mundo, tristemente, curva-se diante da mediocridade - e é isso o que dá liberdade de ação a terroristas e outros criminosos.
A ligação mais forte entre o 11 de setembro chileno e o 11 de setembro norte-americano é o terrorismo. No Chile, a Junta Militar combateu o
terrorismo marxista que dominava o país pelo medo. A seguir, o mundo condenou Pinochet e louvou Allende, optando por "esquecer" o que fora na realidade o (des)governo desse presidente que declaradamente não governou para todos os chilenos. Esse esquecimento generalizado rendeu frutos: nos Estados Unidos, vinte e oito anos depois, o mundo parou para testemunhar morte e destruição. As conseqüências são graves quando abrimos espaço para a mentira.
Enquanto a maioria dos chilenos comemorava a vitória da Liberdade, a mentalidade perversa continuou fazendo os seus estragos nos centros do
conhecimento ao redor do mundo, nos lugares onde nascem as idéias. Dessa maneira, o fracasso histórico do governo da Unidade Popular foi
sistematicamente tergiversado. Da mesma maneira, apesar da queda do Muro de Berlim, o malogro do comunismo também foi mascarado. Essa corrupção constante no campo das idéias gerou as condições favoráveis aos ataques do terror no dia 11 de setembro de 2001.
Há 30 anos, o povo do Chile disse "não" ao marxismo, ao terror e à mentira. Hoje, 30 anos depois, cabe a nós fazermos um juízo de consciência: vamos ficar de braços cruzados ou vamos lutar contra a covardia? Vamos aceitar
passivamente a deturpação da realidade ou vamos denunciar a falsidade? Vamos permitir que as nossas crianças tenham os seus cérebros lavados nas escolas ou vamos resistir ferozmente a essa manipulação perversa? Omissões, assim como ações, também têm conseqüências. Não podemos isentar-nos de responsabilidade pelas vítimas que o terrorismo faz se é justamente da nossa passividade que esse mal se alimenta. Por la razón o la fuerza!
Claudio A. Tellez - claudio@tellez.com
"Moral excellence comes about as a result of habit. We become just by doing just acts, temperate by doing temperate acts, brave by doing brave acts" (Aristotle).”
