A toda hora falamos que não podemos deixar tal data ou situação passar em brancas nuvens. Isto quer dizer que devemos comemorá-la ou festejá-la. Mas por que “brancas nuvens”?
Brancas nuvens são tão bonitas, parecem feitas de algodão. Temos a impressão de que são fofas e macias. Ao se movimentar, elas vão formando figuras que a imaginação se encarrega de transformar diante de nossos olhos extasiados. Carneiros pulando a cerca, cavalos velozes quase voadores, esguios vultos humanos, monstros terríveis. Delicadas mulheres de longos cabelos esvoaçantes. Anjos brincando com crianças. Tudo aparecendo e desaparecendo rapidamente.
Nunca se perde o azul do céu, as nuvens se vão e o dia continua radioso. O momento é de magia. Só não o associamos à tal data ou situação importante porque ele é fugaz. Momento maravilhoso, porém passageiro. Acontece sem deixar marcas.
Nuvens escuras, cinzentas, densas, essas viram chuva. E a chuva boa limpa o ar, umedece a terra, faz as plantas brotarem. Renova a vida.
Talvez antigamente se dissesse que a data precisava ser passada em “nuvens cinzentas”, porque uma data importante é marco de acontecimento também importante. Alguma coisa aconteceu e o momento ficou marcado para sempre. Mas essa maneira de falar, se algum dia existiu, perdeu-se no tempo e na memória das pessoas.
Herdamos somente a expressão das “brancas nuvens” e já que não devemos associá-las aos momentos marcantes, vamos ao menos apreciá-las quando se apresentarem naquelas tardes bonitas de céu bem azulzinho.