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Artigos-->A farsa da Psicanálise -- 13/09/2003 - 22:10 (x) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A psicanálise é o avô de todas as psicoterapias pseudocientificas, secundada apenas pela Cientologia como campeã de afirmações falsas sobre a mente, a saúde e a doença mental. Por exemplo, em psicanálise, esquizofrenia e depressão não são desordens neuroquimicas, mas sim desordens narcisistas. Autismo e outras desordens cerebrais não são problemas químicos do cérebro mas problemas com a mãe. Estas doenças não requerem tratamento farmacológico. Requerem terapias de "conversa". Posições semelhantes são tomadas para a anorexia nervosa e o sindrome de Tourette. (Hines, p. 136) Quais as provas para esta visão psicanalitica e para o seu tratamento? Nenhumas.

Tratava uma perna partida com terapia de "conversa"? Claro que não. Imagine a reação de um diabético se lhe dissesse que a sua doença se devia a um "conflito masturbatório" ou "eroticismo deslocado." Também podemos dizer que o paciente está possuído por demônios. Exorcismo de demônios pelo padre, exorcismo da infância pelo psicanalista: qual a diferença? Então porque é que há quem defenda que desordens neuroquimicas ou outras físicas são causadas por experiências traumáticas ou sexuais (ou ambas) na infância que foram reprimidas ou sublimadas? Provavelmente pelas mesmas razões que levam os teólogos a não abandonarem os seus elaborados sistemas de pensamento face à evidência de que os seus sistemas de crenças não são mais que treta metafísica. Conseguem o reenforço institucional para os seus papéis e idéias criados socialmente, muitas das quais não resistem a testes empíricos. Se essas noções não podem ser testadas, não podem ser negadas. O que não pode ser negado, e tem por trás uma instituição poderosa, pode durar séculos como respeitável e válida, não obstante o seu vazio fundamental, falsidade ou capacidade para prejudicar.

O conceito mais fundamental da psicanálise é a noção de que o inconsciente é um reservatório para memórias reprimidas de acontecimentos traumáticos que influenciam continuamente os pensamentos e o comportamento conscientes. Falta a prova cientifica destas noções de um "inconsciente" e de um mecanismo de "repressão", bem como qualquer prova de que o pensamento ou o comportamento conscientes são influenciados por memórias reprimidas. Relacionado com estas assunções questionáveis da psicanálise existem dois métodos questionáveis de investigar as alegadas memórias escondidas no inconsciente: associação livre e interpretação dos sonhos. nenhum dos métodos é capaz de formulação cientifica ou de testes empíricos. Ambos são cheques em branco metafísicos sem qualquer coberturas da realidade.

Investigações cientificas de como a memória funciona não apoiam os conceitos de memórias traumáticas (de infância ou não) reprimidas para o inconsciente. Há ampla prova científica de que existe um tipo de memória da qual não estamos conscientes , mas que é recordada. Os cientistas referem-se a esse tipo de memória como memória implícita. Há provas de que para termos memória se torna necessário o desenvolvimento extensivo dos lobos frontais, o que falta às crianças. Também as memórias devem estar codificadas para serem duradouras. Se isto falta temos a amnésia, bem como no caso dos sonhos. Se a codificação á fraca, as memórias fragmentadas e implícitas é tudo o que restará da experiência. Ou seja, a possibilidade de recordações de infância de abusos, ou outra coisa, é próxima do zero. Memórias implícitas de abusos acontecem, mas não debaixo das não debaixo das condições assumidas como base para a repressão. Memórias implícitas de um abuso acontecem quando a pessoa fica inconsciente durante o ataque e não consegue codificar a experiência profundamente. Por exemplo, uma vitima de violação não consegue recordar que foi violada. O ataque foi feito num pátio de tijolos. As palavras "tijolo" e "pátio" surgem-lhe na memória mas não as liga à violação. Fica perturbada quando a levam ao local, mas não se lembra do que aconteceu aí. [Schacter, p. 232] Não é provável que hipnose, livre associação, ou outras terapias ajudem a vitima a recordar. Ela não tem memória explicita porque não foi capaz de codificar o trauma devido ao ataque a ter feito perder a consciência. O melhor que um psicanalista ou outro terapeuta de memórias reprimidas pode fazer é criar uma falsa memória na vitima, abusando dela mais uma vez.

Ligado essencialmente à visão psicanalitica da repressão é o assumir que o tratamento dos pais, especialmente a mãe, de uma criança é a fonte de muitos, se não todos os problemas dos adultos, desde desordens de personalidade a problemas emocionais a doenças mentais. Não se duvida de que se uma criança é tratada cruelmente a sua vida de adulto ficará afetada por tal tratamento. Mas é uma grande salto conceptual passar deste fato para a noção de que todas as experiências sexuais da infância provoquem problemas no futuro, ou que todos os problemas do adulto, incluindo os sexuais, são devidos a problemas de infância. As provas para estas noções não existem.

A terapia psicanalítica baseia-se na busca do que provavelmente não existe (memórias de infância reprimidas), um assumir do que provavelmente é falso (as experiências de infância provocam os problemas do paciente), e uma teoria terapêutica quase sem possibilidade de estar correta (que trazer as memórias reprimidas ao consciente é essencial para a cura). Claro que isto são as fundações de um conjunto de elaborados conceitos cientificamente sonantes que pretendem explicar os profundos mistérios da consciência, pensamento e comportamento. Mas se as fundações são ilusórias, qual pode ser o futuro desta ilusão?



Copyright 1998 Daniela.







SÍLVIO PENA - Neurocirurgião - Chefe da Clínica de Neurocirurgia do Hospital Naval Marcilio Dias- RJ ,Especialista em Neurocirurgia, Neurologia e Psiquiatria.

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