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Cartas-->Histórias da memória -- 27/09/2007 - 10:43 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



SE TOQUE! Hanseníase tem cura!

3ª e 4ª semanas de outubro
Campanha Estadual de Combate
à Hanseníase – São Paulo/SP



Para Getulio Silva



Emocionei-me com seu conto "VOLTEI AO PASSADO, COM ESTA HISTÓRIA DE AMOR..." e com a dedicatória.

Meu pai foi médico por mais de 50 anos ("da lepra à hanseníase") e iniciou sua carreira em Casa Branca no ano de 1941, para onde foi logo após casar-se.

Interessante, que há duas semanas atendi uma senhora de 90 anos que pedia informações sobre a Pensão Especial que será concedida aos que estiveram internados compulsoriamente e eis que na busca de sua documentação, deparei-me com a letra de meu pai.

A internação dessa senhora havia sido desencadeada por um de seus primeiros atendimentos no ano de 1941, uma vez que sua permanência nessa cidade não tinha ultrapassado o período de hum ano.

Mudou-se para a região do Vale do Paraíba que se transformou em seu porto seguro e a Hanseníase permaneceu sendo o centro do seu universo no que se referia ao trabalho, até seu falecimento.

A referida senhora teve que separar-se de seus filhos, os quais ficaram internados num dos ‘Preventórios’ por vários anos.

Nunca recebeu ajuda do ex-marido que a abandou após diagnóstico.

Transformou-se em laborterapista (ex-doente que ajudava a cuidar dos doentes nos hospitais e/ ou Dispensário (hoje, Centro de Saúde ou Unidade Básica de Saúde).

Foi beneficiada por uma lei que a integrou no funcionalismo público (alguns tiveram essa sorte) e trabalhou por determinado período numa repartição que a aproximou da assistente social que, coincidentemente, hoje é madrinha de um dos meus filhos.

No período posterior à sua internação no Asilo-Colônia “Cocais”, resgatou seus filhos.

Passou pela dor de várias perdas incluindo uma filha e em seguida, um neto. Sobreviveu às adversidades. Uma senhora digna, determinada, que ainda tem sonhos, como por exemplo: ir à Portugal após começar receber a referida Pensão Especial a que tem direito.

Sua bisneta que a acompanhava, descreveu o projeto da viagem com muita graça.

Mais um encontro marcado pelo destino nessa trama de fios que a hanseníase me mantém ‘refém’ há muitos e muitos anos por minha livre e espontânea vontade.

Portanto, vale dizer que tenho ouvido histórias fantásticas por ocasião em que os ex- doentes comparecem na sede da Coordenação do Programa Estadual de Hanseníase/SES-SP em busca de orientações ou mesmo para a simples entrega da documentação exigida pela lei já citada num dos artigos desta página.

Afirmo com entusiasmo, que a partir desse contato tem ocorrido verdadeiramente uma catarse em meio a busca dos documentos comprobatórios do período da internação compulsória (em microfilmes) e posterior encaminhamento à Comissão Interministerial de Avaliação (Hanseníase) em Brasília.

Enfim, estamos num período em que nos debruçaremos inteiramente sobre essa população uma vez que iniciamos ontem, o processo referente a um projeto para diagnóstico de situação no Estado. Ocasião, aliás, em que assisti pela segunda vez o filme citado num dos meus contos - “Muro Caiado”. Sempre me emociono com ele, tal a sensibilidade com que foi construído.

Agradeço novamente sua delicadeza e, se me permitir, divulgarei seu conto nos nossos encontros com profissionais da área da saúde, com autoria, evidentemente, considerando que uma de nossas propostas é a de que os profissionais de saúde do programa de hanseníase comecem a registrar ‘histórias de suas memórias’ para uma coletânea. Um sonho que ainda espero ver realizado. A semente foi lançada em maio. Vou esperar até a próxima primavera. Quem sabe?

Em outubro entraremos em Campanha, portanto, a Hanseníase estará presente com certa freqüência em minha página na Usina.

Vale lembrar que no inicio do ano lançamos o desafio para o Estado, no sentido de que a população, os profissionais de saúde enviassem frases que pudessem servir de mote para a Campanha 2007 – 2008.

Aproximadamente 400 frases foram enviadas até o final de julho. Do total, uma comissão com profissionais das diversas áreas da saúde, profissionais que trabalham com publicidade e representantes que não estão ligados nem na área da saúde, tampouco na de publicidade selecionou 90, depois 40, 20, 5 e finalmente a escolhida. Mais duas semanas e a CAMPNHA entrará em cena.

Sou grata, inclusive, pela colaboração quanto à divulgação de informações sobre Hanseníase.


Um abraço
Heleida
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