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cronicas-->Os três conselhos* -- 02/08/2014 - 13:56 (Benedito Pereira da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os três conselhos*


Gabriel Campos de Oliveira


Casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores em sítio do interior. Certo dia, o marido fez proposta à esposa:

- Querida, eu vou sair de casa e viajarei para bem distante, arrumar um emprego e trabalhar até que eu tenha condições de voltar e dar a você vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo ficarei longe de casa, só peço uma coisa: que você me espere e, enquanto eu estiver fora, seja fiel a mim que também eu serei fiel a você.


Assim, jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudar em sua fazenda.


Ele se ofereceu para trabalhar e foi aceito. Propós pacto ao empregador:


- Patrão, peço-lhe só uma coisa. Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir embora o senhor me dispensa das minhas obrigações. Não quero receber o meu salário. Quero que o o coloque na poupança até o dia em que eu sair daqui. No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.


Tudo combinado, aquele jovem trabalhou muito, sem férias e sem descanso. Depois de vinte anos, chegou para o seu patrão e disse:


- Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa. O patrão lhe disse:


- Tudo bem, nós fizemos um pacto, e eu vou cumprir; antes, porém, quero fazer uma proposta.


Curioso, ele pergunta qual a proposta e seu patrão lhe diz:


- Dou-lhe todo o seu dinheiro e você vai embora ou eu lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, não lhe dou os conselhos; se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro. Vá pro seu quarto, pense e depois me dá a resposta.


O rapaz pensou durante dois dias, depois procurou o patrão e lhe disse:


- Prefiro os três conselhos.


- Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.


- Quero os conselhos.


O patrão falou-lhe:


1º "Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar-lhe a vida";


2º "Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal";


3º "Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode arrepender-se e ser tarde demais";


Após dar os três conselhos, o patrão disse ao rapaz que já não era tão jovem assim:


- Aqui você tem três pães, dois são para você comer durante a viagem, e o terceiro é para comer com a sua esposa quando chegar a sua casa.


O rapaz seguiu o seu caminho de volta para casa, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava. Andou durante o primeiro dia e encontrou um viajante que o cumprimentou e lhe perguntou:


- Pra onde você vai?


- Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.


- Rapaz, esse caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez vezes menor e você vai chegar em poucos dias. O rapaz ficou contente e começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho do patrão: "Nunca tome atalhos em sua vida, caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar-lhe a vida". Então, voltou e seguiu o seu caminho. Dias depois, ele soube que aquilo era uma emboscada.


Depois de alguns dias de viagem, achou uma pensão à beira da estrada, onde póde hospedar-se. De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor e muito barulho. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para sair. Quando se lembrou do segundo conselho: "Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade pro mal pode ser mortal". Voltou, deitou-se e dormiu. Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito, e ele disse que sim.


- Então por que não veio observar o que era, não ficou curioso?


Disse que não. O hospedeiro falou:


- Você é o único que sai vivo daqui, um louco gritou durante a noite e quando os hóspede saiam ele os matava. E lhe mostrou-lhe vários cadáveres.


O rapaz seguiu seu caminho e depois de muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça da sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta da sua esposa. O dia estava escurecendo, mas ele pode ver que a sua esposa não estava só. Andou mais um pouco e viu que ela tinha sentado no colo de um homem, a quem estava acariciando os cabelos.


Ao ver aquela cena o seu coração se encheu de ódio e amargura, e ele decidiu matar os dois, sem piedade. Apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho: "Nunca tome decisões em momentos de ódio e de dor, pois você pode arrepender-se e ser tarde demais". Aí, parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo. Ao amanhecer, já com a cabeça fria disse:


- Não vou matar minha esposa nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes eu quero dizer para a minha esposa que eu fui fiel a ela.


Dirigiu-se à porta da casa e bateu. Ao abrir a porta a esposa reconhece o seu marido e atira-se ao seu pescoço e abraça-o afetuosamente. Tenta afastá-la, mas não consegue, tamanha a felicidade dela.


Então com lágrimas, lhe diz:


- Eu fui fiel a você, e você me traiu.


- Como? E ainda espantada diz:


- Eu não o traí, o esperei durante esses vinte anos.


- E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?


- Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, eu descobri que estava grávida. Hoje, ele está com vinte anos de idade.


Então ele conheceu e abraçou seu filho, contou-lhes toda a sua história enquanto a esposa preparava o café e sentaram-se para tomar o café e comer o último pão. Após a oração de agradecimento e lágrimas emocionadas, parte o pão; ao parti-lo, ali estava todo o seu dinheiro!...


A inveja é uma confissão de inferioridade.


* Brasília, , 02/08/2014.








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