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Cronicas-->Crónica do adeus -- 28/05/2001 - 20:54 (Alberto D. P. do Carmo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É um saco, mas adeus tem que ser dado. Adeus acontece na vida de todo mundo, várias vezes. E todas doem. A gente nunca quer dar adeus a uma coisa boa. Mas quando deixa de ser boa há que se dar; e esteja dado.
Toda vez que eu dou adeus eu choro - com lencinho e tudo do lado. Tive muitos adeuses na minha vida. De todos os tipos, cores e bocados.
O primeiro que eu me lembro foi de uma namorada lá nos meus 14 anos - uma namorada. Era linda e um anjo mesmo, alado. Depois foi minha avó, já com 18 - a vó que me ensinou um bocado. Depois a Rosinha em Matchu-Pitchu. E então foi adeus que não acabou mais. Acabei quase ficando acostumado. Mas ainda não me dei bem, com esse negócio de adeus para todo lado. Dói pra cacete. A gente prorroga até o último minuto, vai pros pênaltis, pro golden gol e não adianta. Chega uma hora que tem que dar. É adeus, e estamos conversados.
Tem adeus que a gente dá antes de ser apresentado. Tem outros que a gente nem conheceu bem e já está dado. Tem adeus com puxão de cabelo e outros com um chute no saco, bem dado. Adeus de mulher e adeus de marmanjo barbado.
Tem adeus de praia, adeus de lugar sagrado. Adeus de família e adeus de namorado. Adeus de amigo falso, adeus de papo furado. Adeus descalço e adeus bem calçado. Tem até adeus que chega atrasado. E outros que chegam com recado.
Mas seja como for, todo adeus é chorado. A gente só dá adeus para quem a gente gosta, ou achava ter gostado.
Adeus é como um sapato novo e apertado, que a gente tenta, e tenta, e tudo dá errado. Não adianta alargar aqui, forçar ali, que o buraco é do outro lado. Adeus tem que ser preparado.
Cada adeus tem seus detalhes. Um adeus nunca é igual a outro. Cada adeus tem o seu lado.
Adeus é tão difícil, que devia ser um treco bem analisado. E ainda assim, depois que é dado, tudo fica mais fácil e descomplicado.
A vida segue em frente e o mundo fica desmascarado. É como um osso duro, que a gente deixou de lado.
E a vida volta bela, meiga e de olhos esverdeados. De cabelos negros, mansos e dourados. De olhar simples e enamorado. E a gente vê que perdeu um tempo desesperado.
Adeus é assim, arrebenta tudo com um tornado. Mas abre um mundo novo, pleno e encantado.
Adeus é coisa do danado.





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