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Infanto_Juvenil-->Mariquita Perez -- 17/09/2007 - 11:42 (Beatriz Cruz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MARIQUITA PEREZ


Como vivia sempre em companhia de muitos meninos, pouco brinquei com bonecas. Nem gostava tanto delas. Tive algumas, das quais guardo vagas lembranças, só duas deixaram maiores recordações. Eram feitas de material delicado que se quebrava com facilidade.

Não havia a boneca da moda, como mais tarde se popularizou. Cada garota tinha duas ou três, e lhes dava o nome que quisesse. Elas não choravam, não mexiam a cabeça, só algumas abriam e fechavam os olhos. Ficavam quietinhas no colo das “mamães”. Para renovar o guarda-roupa era preciso pedir a um adulto que costurasse seus vestidinhos.

Certa vez ganhei uma que me agradou bastante. Pretinha, com vestido de babados e avental xadrez, como aqueles que eu também usava. Na cabeça, duas trancinhas escuras com laços de fita vermelha. Uma graça a Cotinha. Gostava de andar com ela de um lado para outro.

A que mais me impressionou, porém, foi uma que ganhei num Natal. Mal podia acreditar quando a vi dentro de uma caixa embaixo da árvore. Loira, de olhos azuis, bem penteada e com roupa de gente grande! E sapatos brancos. O melhor de tudo, é que já vinha com nome escrito de forma chamativa: Mariquita Perez.
Que pomposo! Nome e sobrenome! Ninguém tinha uma boneca assim!

Quando as amigas vinham brincar comigo, sempre queriam ser mães da Mariquita. Às vezes eu deixava, mas ficava enciumada.

Durante alguns anos Mariquita Perez me fez companhia. Na verdade, gostava mesmo é de admirá-la. Eu passava mais tempo no quintal do que dentro de casa. A gangorra, o tanque de areia, as voltas de bicicleta, o corre-corre com outras crianças na hora do pegador eram mais interessantes. Seu nome é que me impressionava. Tinha enorme prazer em encher a boca para pronunciá-lo. Mariquita Perez! Não é lindo? O nome da distinta boneca incorporou-se à minha vida para sempre.

Não sei que fim levaram a Cotinha e a Mariquita. Quando mudei-me para São Paulo não as tinha mais. Adolescente, queria distância destas coisas de criança. Devem ter ido parar nas mãos de alguém que possivelmente divertiu-se bastante com elas.

Mas tenho certeza de que ninguém mais prestou atenção àquilo que tanto me atraiu nas duas: a carinha marota da Cotinha e o pomposo nome da elegante Mariquita Perez.
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