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Artigos-->Os Filhos da Pulha -- 01/04/2000 - 21:37 (Fernando Antônio Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um brado já está visível neste final de século XX, pleno anos 2000, para tentar salvaguardar os que ainda pugnam por um futuro menos traumático para todos. Numa convivência cidadã por excelência.

Vivemos na era das pulhas as mais diferenciadas. Que independem de sistemas econômicos, escolaridade e renda, raça e religião, sexo e ideologia. Ilude-se hoje abertamente, utilizando os mais diferenciados meios e métodos de enganação, da praça pública à televisão a cabo, passando pela Internet, universidades e organizações não-governamentais, algumas delas descaradamente neo-governamentais. Vitimando os abestados de sempre, os assaltados pelos que buscam levar vantagem em tudo. Os filhos da pulha são os enganados, posto que distanciados de ambientes criativos e críticos.

E quais as mais prejudiciais pulhas da atualidade? Enumeremos as mais visíveis deste país 500 anos, de idade juvenil, a merecer cuidados especiais. A mais afrontosa das pulhas é a tentativa televisiva de querer impingir uma criatividade musical via remelexos pouco saudáveis dos quadris. Enaltecendo uma chula rabolatria, como se existisse talento pelo vascolejar do rabistel.

Uma outra pulha é a de tentar conquistar fiéis pelas manifestações de sabidíssimos amealhadores, talentosos show-men, que estão abarrotando os bolsos de familiares, mentores dos artistas de sacristia, promotores de uma axé-missa, sucedânea aeróbica da axé-music baiana, esta já dando visíveis sinais de esgotamento do seu talento inventivo.

Na lista das pulhas ainda se destacam as futurologias mais desvairadas, os histerismos das ideologias que de há muito já se descoloriram, as religiões televisivas que oferecem mundos e fundos através de coletas faraônicas, as homeopatias e alopatias que prometem levantar até o que amoleceu ad perpetuam rei memoriam. E mais: as ciências humanas cada vez mais tecnicistas; um ensino privado que está iludindo pelas ostentações físicas, uma embromação cênica quase nivelada ao tido como indolente ensino público, visto quase sempre como pouco eficiente; a novelação televisiva, choramingadora umas vezes, noutros momentos chulamente fuk-fukistas, todo mundo se esfregando em todo mundo, o asfixiamento de uma sadia sexualidade por um grotesco entra-e-sai sem arte nem inspiração; o cinismo da caridade dita solidária; o bug do milênio que encheu os bagos e os bolsos de milhões; o democratismo insípido e bolorento dos que não sabem conjugar com eficácia o binômio democracia x disciplina; as direitas carpideiras, sempre buscando a aplicação da lei de oferta e procura com amplos subsídios governamentais; e os meninos de rua tomados como insumo, a merecer análises criteriosas dos especialistas em “embromation system”.

A hora da sociedade civil brasileira se manifestar, através de sadias pressões democráticas, é mais que chegada. Para salvaguardar nosso amanhã nacional, um futuro a ser construído sob duas advertências basilares: “As coisas em si mesmas não são nem boas nem más, é o pensamento que as torna desse ou daquele jeito”. (Hamlet, Ato II, Cena 2); e “Para nós, jovens, é duas vezes mais difícil manter nossas opiniões numa época em que os ideais são estilhaçados e destruídos, quando o pior da natureza humana predomina, quando todo mundo duvida da verdade, da justiça e de Deus”. (Anne Frank)

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