Não fosse à maneira que me tratas,
não houvesse o que me cobras docemente,
não mostrasses os meandros do caminho.
não fosses tu, minha amada poesia,
não sei o que seria desta carne,
quiçá... não mais resistiria...
Ah! Houvesse ouvido antes,
quando em murmúrio falavas para mim,
todas seqüelas que ainda trago no meu peito,
dos erros tolos que, por certo, pratiquei,
teriam sido amenizadas por teu sopro.
Terias dado a compreensão que não achei...
Ah, minha amada poesia!
Tua leveza de sentido quando falas,
doa carinho que excede sentimentos,
faz-me sentir a esperança no presente
faz-me rever um passado mal pensado.
Não fosses tu, meu amado sentimento,
Este meu corpo estaria mais doente,
não seria carne conquistando privilégios
Da suavidade do teu canto persistente.
Ah, minha amada poesia!
A ti me abraço nos teus braços de aconchego,
embora não revertas coisas tristes,
me ensinas a enfrentá-las mais sereno...
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